Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em seu editorial desta terça-feira (19), com o nome de “Linha vermelha”, o Estadão exige a demissão do ministro da Educação, Abraham Weintraub. De acordo com o jornalão paulistano, “sua errática gestão – se assim pode ser chamada – à frente de um dos mais importantes Ministérios já seria razão suficiente para sua substituição por quadros mais qualificados, e estes não faltam no País”.

De acordo com o jornal, no entanto, há outras razões para tal. Para o Estadão, “não é de hoje que o ministro se porta em desacordo com a decência que deve pautar a conduta de um servidor do primeiro escalão da República”. O texto recorda que “até para os padrões do bolsonarismo – que estabeleceu novo patamar de insalubridade nas redes sociais – o ministro cruzou a linha vermelha”.

O jornal conta que, no feriado da Proclamação da República, Weintraub “postou-se a defender a monarquia na rede social” para, logo adiante, recordar o episódio em que ofendeu uma internauta que se opôs a ele: “Uma pena, prefiro cuidar dos estábulos, ficaria mais perto da égua sarnenta e desdentada da sua mãe”, respondeu o ministro. Para o jornal, “não são palavras que se supõe proferidas por um ministro de Estado, mas por um grosseirão”.

O editorial do Estadão considerou também uma “estultice” quando classificou “o marechal Deodoro da Fonseca como um ‘traidor’ da Pátria e compará-lo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva” para concluir que, “seja como for, a sua permanência à frente do Ministério da Educação é um enorme desserviço ao País”.

Para o Estadão, “chegará o momento em que o presidente da República precisará de uma rede de apoio muito mais ampla do que as chamadas ‘milícias virtuais’”. Ao final, o texto avisa que “não será mantendo no cargo um ministro que avilta as tradições do Exército brasileiro e as mais comezinhas regras de conduta social que Jair Bolsonaro atingirá o objetivo”.

E encerra: “Os brasileiros de bom senso, independentemente de suas predileções políticas, hão de estar estarrecidos com a mais recente explosão do ministro da Educação. Se ainda assim Abraham Weintraub não for substituído, o que mais pode vir?”. Revista Fórum