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Em delação premiada à Polícia Federal, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid contou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria se reunido com a cúpula das Forças Armadas e com ministros da ala militar para discutir sobre a possibilidade de uma intervenção militar no Brasil. Segundo o relato, o próprio tenente-coronel participou da reunião em que foi discutida uma minuta golpista. O então comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos, teria se manifestado favorável a proposta, mas o plano não foi aderido pela cúpula militar.

As informações são da colunista Bela Megale, do jornal O Globo.  A PF investiga se essa minuta golpista é a mesma que foi encontrada na casa do ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres. O documento detalhava um plano para reverter o resultado da eleição que definiu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República e foi encontrado na casa de Torres no dia 10 de janeiro. O ex-secretário ficou preso por quatro meses, por suspeita de omissão nos ataques antidemocráticos do 8 de janeiro contra as sedes dos Três Poderes.

A reunião com a cúpula militar teria ocorrido no ano passado. O ex-presidente ainda não se manifestou sobre as afirmações declaradas por Mauro Cid. A delação premiada do tenente-coronel foi homologada no dia 9 de setembro. Ele teve liberdade provisória após ficar preso desde maio.

O Supremo estabeleceu condições para que Mauro Cid seja solto provisoriamente e delate à PF. Entre elas, além de usar tornozeleira eletrônica, o tenente-coronel terá de se afastar das suas funções como militar e também vai ter que se adequar às limitações em sair de casa, além de ser proibido de ter contato com outros investigados. Correio Braziliense