Foto : Alessandro Dantas/PT

Em entrevista neste último domingo (02) a Mateus Soares, deste Política Livre, o deputado federal Félix Mendonça Jr. (PDT) fez uma referência à provável chapa com que o PT vai disputar a sucessão do governador Rui Costa, em 2022, como septuagenária. Félix aludia à dificuldade, considerada já prosaica, de o PT abrir espaço para outros partidos do campo de aliados em disputas majoritárias. Mas acabou tocando num ponto que, aqui e ali, é apresentado com fraco, especialmente do senador Jaques Wagner.

A se considerar as articulações hoje em curso, a chapa que o petista articula para suceder o atual governo é formada por uma turma totalmente já entrada em anos. Ela mostra que Wagner fracassou na tentativa de renovar o PT, seu grupo e o dos aliados. A escolha de uma figura da sua mais alta confiança para sucedê-lo, em 2010, não deu bons frutos. Neste quesito, como em outros de liderança política, Rui pode ser considerado um verdadeiro fracasso, como a escolha da candidatura petista à Prefeitura de Salvador, em 2020, mostrou.

Mais do que o fato de a média de idade entre os virtuais membros da chapa de Wagner estar na faixa dos 70, são caras que estão longe de representar qualquer novidade, traço que o ex-prefeito ACM Neto (DEM) deve aproveitar na fricção da campanha. Neto já disse a amigos que, se Wagner vier com “a turma do passado”, que está aí há anos, não terá alternativa, senão radicalizar na novidade.

Apresentaria, além dele próprio como novo, os demais dois membros da chapa como gente que está começando agora e com todo o gás. A própria escolha de Wagner como nome consensual no PT para a sucessão marca a dificuldade de renovação do partido e de seu grupo. Escolher o mesmo nome para candidato ao governo duas eleições depois tem uma marca de ‘Déjà vu’ que o marketing de sua campanha terá dificuldade de atenuar. Política Livre