O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (1º) que espera que o Congresso aprove a proposta de reforma da Previdência enviada pelo governo “sem que ela seja muito desidratada”. Segundo ele, é possível que o texto seja aprovado pelos parlamentares até junho deste ano.

A declaração foi dada durante entrevista a jornalistas em Jerusalém, durante visita oficial do presidente a Israel. Mais cedo, o presidente já havia falado com a imprensa, ocasião em que disse que é “direito deles reclamar”, ao comentar a reação de palestinos sobre a decisão do governo de abrir um escritório comercial do Brasil em Jerusalém.

“Eu acredito que sim [dá para aprovar até junho]. Nos mandamos uma proposta, não é uma proposta minha nem do governo. É do Brasil. Nós não temos outra alternativa. Chegou nesse ponto, a Previdência está deficitária realmente e temos que fazer essa reforma. Espero que o Congresso aprove sem que ela seja muito desidratada”, disse Bolsonaro após ser questionado sobre o assunto.

Na última semana, líderes de 13 partidos manifestaram apoio à aprovação da reforma da Previdência, mas defenderam modificações no texto enviado pelo governo. Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a retirada de alguns pontos da proposta ajudará na tramitação da matéria na Câmara.

Os partidos se manifestaram contra as mudanças propostas pelo Palácio do Planalto para o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos de baixa renda, e a aposentadoria rural.

O presidente afirmou ainda que, no que depender dele, fará “gestões” junto aos parlamentares para aprovar a proposta, mas que ele não irá se “meter” na discussão do texto, já que a decisão de aprovar a reforma está com o Congresso.

“Decisão está com o parlamento. No que depender de mim, eu farei gestões. Eu conheço mais da metade dos parlamentares, fiquei 28 anos lá, sei como funciona aquilo. Poderia até dar sugestões, mas não quero me meter porque agora estou em outra casa”, afirmou, ao se referir.

Bolsonaro disse que, a partir da próxima quinta (4), depois da viagem a Israel, começará a receber líderes partidários para discutir a votação do texto. A agenda foi articulada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Informações do G1