Foto: Enaldo Pinto / Ag Haack / Bahia Notícias

Em parecer redigido na última terça-feira, a Ouvidoria de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) analisou as reclamações do Bahia referentes ao jogo contra o São Paulo e reconheceu que o árbitro Sávio Pereira Sampaio errou ao não marcar a penalidade do zagueiro Miranda em cima de Juninho Capixaba. O Tricolor baiano venceu a partida por 1 a 0, no último domingo.

No documento, a Ouvidoria chama a atenção para o pisão que acabou por derrubar Juninho Capixaba. Além disso, destaca a imprudência de Miranda, que impediu, com sua perna esquerda, que o adversário levantasse.

– O defensor, ainda que não de modo deliberado, pisou claramente no pé do atacante e em ponto distante da bola, o que, por si só, tendo em vista o efeito produzido – queda do atacante e perda da possibilidade de jogar a bola – caracterizou a falta, no mínimo por imprudência, considerando a força da ação, o que significa dizer que não exigiria punição disciplinar – escreveu o ouvidor Manoel Serapião Filho, que assina o documento enviado ao clube baiano pela CBF.

“Tiro penal sem dúvida, não marcado”, diz o texto. Sobre a atuação de Sávio, a Ouvidoria recomenda que ele seja orientado pela escola de arbitragem e faz um alerta: que ele não tenha postura de resistência ao se deparar com as “evidências das imagens”.

– Em que pese todas essas circunstâncias, embora os árbitros devam estar preparados para analisar todos os lances, principalmente os complexos, porquanto os fáceis não exigem expertise, ainda é possível compreender, mas não aceitar, a decisão inicial do árbitro. Todavia, não corrigir seu erro diante das evidências do vídeo impossibilita que haja tal compreensão.

– Disso resulta que o árbitro deve ser orientado pela Comissão, por meio da Escola de Arbitragem da CBF, como analisar os lances da espécie e, sobretudo, para proceder às revisões considerando as evidencias das imagens e, o que é indispensável, sem postura mental nem de resistência, tampouco de mudar sua decisão só porque a revisão foi recomendada pelo VAR. As evidências, repita-se, sem preocupação com as primeiras impressões, são que devem prevalecer.

Ainda analisando as reclamações do Bahia, a Ouvidoria de Arbitragem não concordou com a reclamação de que o auxiliar levantou a bandeira para assinalar um impedimento de forma precipitada. Em casos assim, o profissional só deve retardar a marcação se não tiver convicção sobre a decisão.

Na reclamação enviada à CBF, o Bahia alega que foi prejudicado em outros lances e que haveria um “rigor de interpretação” em lances que o envolveu. A Ouvidoria afirma que o clube baiano tem o direito de reclamar e trabalhar para manter a arbitragem em alto nível.

Na última segunda-feira, a CBF já havia liberado o áudio da revisão do lance do pênalti, em que o árbitro foi chamado, mas preferiu manter a decisão de campo alegando “contato natural” de jogo. Globoesporte