Agência Brasil

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado sabatinou e aprovou nesta quarta-feira o ex-advogado geral da União e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública André Mendonça a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Mendonça ganhou a posição de ministro do STF depois de ser indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com o adjetivo de “terrivelmente evangélico”, mas não é unanimidade entre seus pares religiosos.

De acordo com a coluna de Monica Bergamo na Folha de São Paulo, uma frente de evangélicos progressistas lançou uma carta contra a nomeação de Mendonça ao STF. Eles argumentam que a nomeação do pastor presbiteriano “apresenta uma clara e inequívoca plataforma cujo tipo de engajamento religioso coloca em risco inúmeras conquistas da cidadania brasileira”.

“Não há dúvida de que as possíveis decisões institucionais do postulante, enviesadas por acordos confessionais, teológicos e morais escusos à razão democrática poderão suscitar um retrocesso importante aos direitos civis e aos valores laicos garantidos na Constituição”, indica a carta, lembrando que Mendonça, enquanto ex-AGU, defendeu a realização de cultos religiosos durante a pandemia causada pela Covid-19.

À época, Mendonça disse que os cristãos “estão sempre dispostos a morrer para garantir a liberdade de religião”. A carta afirma ainda que “Mendonça representa tão somente uma pequena parcela do campo evangélico no Brasil. Uma parcela que não é representativa do ponto de vista da diversidade e pluralidade dos evangélicos e evangélicas de todo o Brasil que é, em sua maioria, segundo dados do IBGE, negra, feminina e pobre — características bem distintas do candidato”. IstoÉDinheiro