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A ômicron é a variante dominante nos casos de Covid-19 registrados na Bahia. Testes sequenciados ao longo deste mês pelo Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) detectaram a presença da cepa em 76,5% dos casos.

O médico infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Júlio Croda, analisou a situação, nesta última sexta-feira (21), e destacou que o estado está em epidemia. “A Bahia já está em uma onda epidêmica clara em relação à variante ômicron. Nesse momento, a maioria dos casos de síndrome gripal provavelmente é pela Covid”.

Os estudos apontam, até o momento, que os casos da ômicron atingem um pico rapidamente, o que também acarreta em uma redução rápida. Júlio avalia que, na Bahia, esse pico deverá acontecer no próximo mês.

“O que a gente espera é uma onda epidêmica desde o momento da aceleração, que dura de quatro a seis semanas. As próximas semanas serão fundamentais para a Bahia. Esse pico de onda epidêmica de casos deve ocorrer entre a última semana de janeiro e primeira semana de fevereiro. Aí começa a queda do número de casos, mas a gente ainda poderá observar o aumento de hospitalização e óbito, que deve durar até metade do mês de fevereiro”.

“As próximas semanas, até o final de fevereiro, serão dias de muito cuidado, muita atenção, evitando aglomeração, mantendo o distanciamento e, se possível, o uso de máscara o maior período de tempo”.

O pesquisador disse que essa rápida duração é observada em vários países, como a África do Sul e o Reino Unido. Apesar disso, ela é tão preocupante quando as outras, porque, mesmo gerando casos leves, também impacta em internações.

“É muito rápida, mas traz consequências aos serviços de saúde, porque há um número de casos elevados ao mesmo tempo. Já é observada uma tendência de queda no Reino Unido. É importante a gente entender que o nosso período epidêmico, dentro do Brasil, em alguns estados, é diferente do resto do mundo, e a gente tem que a aguardar”.

“O que a gente observa nos outros países, que pode se reproduzir no Brasil, é que existe uma ocupação maior de leitos de enfermaria. Isso deve aumentar à medida que aumenta a cobertura vacinal”. Assim como outros especialistas, Júlio Croda também destacou a vacinação como principal medida de evitar casos graves e internações.

“Se a gente tem uma cobertura vacinal elevada, a tendência é que os casos tenham menor gravidade e ocupem, eventualmente, mais leitos de enfermaria do que de terapia intensiva [UTI]. Então, é bom os gestores programarem essa expansão de leitos nas diferentes regiões do estado da Bahia, pensando que a gente ainda está em um momento de aceleração, que deve durar, principalmente para internações, até meio de fevereiro”. G1