Fotos: Rafael Nascimento/MS.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, classificou nesta terça-feira (15) como “inadmissível” o caso dos pacientes que contraíram o vírus HIV após receberem transplantes de órgãos no Rio de Janeiro. “É um episódio inadmissível. Estamos com o Ministério da Saúde, desde o primeiro momento em que houve a notificação do primeiro caso […] agindo em várias frentes”, declarou a ministra.

Segundo Nísia, o Ministério da Saúde atua junto com a coordenação do Sistema Nacional de Transplantes no Rio de Janeiro, com a Secretaria de Saúde da capital fluminense e com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para apurar o caso. O ministério abriu auditoria própria e, segundo Nísia, acionou também a Polícia Federal para investigar o caso.

“É um caso que não pode ser admitido, é algo inusitado, que nunca aconteceu e que não pode ser tolerado. Queremos fortalecer a confiança no Sistema Nacional de Transplantes. Ao acontecer um caso como esse, tem que ser investigado porque ele foge a regras e controles que existem”, defendeu.

Nísia afirmou ainda que o ministério realizou, há um mês, um seminário com os sistemas estaduais para “aperfeiçoar” as regras e o protocolo nacional a ser seguido para o transplante de órgãos – que inclui, desde sempre, a testagem desses órgãos para evitar a transmissão de doenças ou infecções.

A ministra disse em entrevista que conversou nesta segunda com o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro – e que o político se mostrou preocupado com o atendimento das vítimas, ou seja, das pessoas que receberam os órgãos não testados e contraíram o vírus HIV.

Nísia, que já presidiu a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), disse que a instituição ofereceu toda a capacidade para “acompanhar essas pessoas, cuidar dessas pessoas” – além de evitar que novos órgãos impróprios sejam transplantados. G1