O Ministério das Relações Exteriores informou hoje (17), que convidou, e depois desconvidou, o governo de Cuba e da Venezuela para a posse de Jair Bolsonaro. A recomendação, segundo o MRE, partiu da equipe do presidente eleito. O Itamaraty divulgou a informação ao ser questionado sobre a situação dos convites para a posse, em Brasília, dos presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e de Cuba, Miguel Díaz-Canel.

 

Os governo de Cuba e da Venezuela eram próximos ideologicamente dos governos petistas no Brasil. Os países, inclusive, receberam empréstimos do BNDES. Bolsonaro costuma criticar as operações e a proximidade com os dois países. O convite enviado a Maduro suscitou uma troca de versões entre o governo venezuelano e o futuro governo brasileiro.

 

O futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou pelo Twitter que o presidente da Venezuela não foi convidado para a posse, pois, segundo ele, “não há lugar para Maduro numa celebração da democracia e do triunfo da vontade popular brasileira”. Bolsonaro reforçou a informação de que não receberá Maduro. O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, informou que o presidente do país vizinho foi convidado para a solenidade.

 

Procurado pela GloboNews, o Itamaraty afirmou que a organização da posse presidencial é feita “em coordenação com o governo eleito”. Os atos são formalizados pelo atual governo, mediante consulta à equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro segundo informações do G1.

 

O Itamaraty registrou que recebeu da equipe do presidente eleito “a recomendação de que todos os chefes de Estado e de governo dos países com os quais mantemos relações diplomáticas deveriam ser convidados” para a posse. A decisão de retirar o convite a Cuba e Venezuela foi tomada em um segundo momento, também por “recomendação” do governo eleito. A medida “exigiu uma nova comunicação a esses dois governos”, segundo o Itamaraty.

 

Leia a resposta do Itamaraty: Toda a organização da posse é feita em coordenação com o governo eleito. Os atos são formalizados pelo governo atual (até primeiro de janeiro de 2019, como previsto na Constituição), após consulta à equipe que assumirá na ocasião.

 

Sobre os convites, inicialmente, o Itamaraty recebeu do governo eleito a recomendação de que todos os chefes de Estado e de Governo dos países com os quais mantemos relações diplomáticas deveriam ser convidados e assim foi providenciado. Em um segundo momento, foi recebida a recomendação de que Cuba e Venezuela não deveriam mais constar da lista, o que exigiu uma nova comunicação a esses dois governos.