A queda de uma babá do terceiro andar de um prédio, em Salvador, quando tentava escapar de agressões da patroa, pode ter revelado uma série de agressões e abusos. As marcas ainda estão pelo corpo. Aos poucos, Raiana tenta esquecer os momentos de pavor vividos dentro do apartamento onde trabalhava para Melina Esteves França, a mulher a quem acusa de cárcere privado, ameaças e violência física. “Era muita maldade, muita maldade. Ficava me xingando de vagabunda. Era muita maldade”, conta Raiana.

A jovem tinha conseguido o emprego para cuidar das trigêmeas de um ano e nove meses de Melina pela internet. Antes de completar uma semana na casa, avisou que tinha achado outro trabalho. Raiana: Aí ela falou ‘vou te mostrar, sua vagabunda, se você vai embora’. Aí já começou a me agredir. Fantástico: Agredir como? Raiana: Puxou meu cabelo, me mordeu, me empurrou. Aí eu saí correndo e me tranquei no banheiro. Aí eu mandei um áudio para minha irmã, pedindo socorro.

A babá também tentou pedir socorro a um vizinho, pela varanda. “Aí ela viu. Aí ela já me arrastou para dentro de casa, me trancou dentro do banheiro, que foi quando eu saí pela janela. Eu achei que eu passando pelo basculante e agarrando uma linha que tinha, eu ia alcançar a outra janela, só que eu não alcancei. Aí foi que eu pulei, me soltei”, conta a babá.

Imagens gravadas por vizinhos mostram a babá tentando ficar em pé, pouco depois da queda. Em outro vídeo, Raiana aparece sendo socorrida e levada a um hospital. A história de Raiana mexeu especialmente com seis mulheres. Elas se apresentaram à polícia como ex-funcionárias de Melina e prestaram queixas. G1