“Ele era uma pessoa excelente, como profissional, atleta e familiar. A gente não sabe o que vai ser. Estamos sem chão”, lamentou Leidiana Prates Oliveira, irmã do atleta e policial militar Leandro Prates Oliveira, de 38 anos. O medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2011, foi encontrado morto em uma ribanceira, em São Paulo.

Leandro, que era cabo da PM, estava desaparecido desde a noite de segunda-feira (5), quando saiu do trabalho de moto e não foi mais visto. O corpo dele e a motocicleta que dirigia foram encontrados na terça-feira (7) em uma ribanceira, com cerca de 15 metros de altura, perto do km 75 da Rodovia Fernão Dias, na capital paulista.

“Foi devastador, estamos sem chão, acabou o mundo”, lembrou do momento em que recebeu a notícia, a irmã de Leandro Prates. Em entrevista aos G1, Leidiana Prates afirmou que o irmão receberia uma homenagem na escola onde trabalhava. Nesse dia, ele tinha previsão de chegada em casa para 22h, mas não chegou, o que deixou a família apreensiva.

“Uma foto dele ia ficar estampada. Não sei detalhes da homenagem, mas sei que ele ficou até tarde organizando isso. Ele tinha que chegar em casa 22h, mas ele não retornou”, contou. “A esposa ficou preocupada, ligou para ele e ele não respondia mais as mensagens, nem atendia às ligações, então ela acionou a polícia da escola onde ele trabalhava”.

A notícia da perda de Leandro Prates deixou todos da família sem reação. O medalhista era casado e deixou um casal de filhos, de 6 e 2 anos. A irmã, que também é esportista, o considerava “diferenciado” e “uma pessoa que quase chega a perfeição”.

“Ele realmente era a base [da família], ajudava a mãe, o pai. Ele era tipo um super-herói. Ele sempre ajudou todo mundo. Era diferenciado, não sei explicar o que estamos sentindo. Uma pessoa que quase chega a perfeição, como Jesus Cristo, sei que não posso exagerar, mas era quase isso”, afirmou Leidiana.

Leidiana também revelou que o irmão apoiava vários projetos sociais e tinha um sonho de começar um voltado para o esporte. “Na escola tem uma galeria de atletas antigos e a dele iria ficar lá. Só soube disso quando fui lá e tive a notícia da morte dele. Não sabe informar se terá a homenagem ainda. Os policiais não falaram nada, mas ajudaram em tudo”.

O corpo do atleta e policial militar foi velado na quarta-feira (7) no ginásio da Escola de Educação Física da Polícia Militar (PM), na Zona Norte de São Paulo, onde trabalhava. Depois do velório, o caixão com o corpo de Leandro seguiu em carro aberto do Corpo dos Bombeiros até o Aeroporto de Guarulhos. De lá, partiu de avião para a Bahia.

O corpo de Leandro Prates chegou ao aeroporto de Ilhéus, no sul da Bahia e foi encaminhado para Barra do Choça, no sudoeste. Em seguida, foi encaminhado para velório no povoado de Santo Antônio II, que fica a 30 km de Vitória da Conquista, também sudoeste baiano. O enterro está previsto para acontecer às 8h, também na povoado, no mesmo cemitério em que o avô dele foi sepultado.

“É lá que o avô está sepultado. Então será lá, porque o avô amava ele e ele amava muito o avô”, disse a irmã do medalhista. A Polícia Civil em São Paulo investiga as causas e eventuais responsabilidades pelo acidente de trânsito que matou Leandro em São Paulo. O caso foi registrado como “morte suspeita a apurar” no 73º Distrito Policial (DP), no Jaçanã, Zona Norte da capital paulista.

Segundo a Polícia Militar, o mais provável é que ele tenha morrido em um acidente de trânsito. Há indícios de que o piloto teria perdido o controle da motocicleta após bater em algo e caído no precipício. Não há informações se ele chegou a bater antes em algum outro veículo. G1