A Escócia aprovou nesta última sexta-feira (9), uma medida que incorpora o ensino dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais no currículo escolar do país. A decisão determina que as escolas públicas na Escócia ensinem os alunos sobre a história das igualdades e dos movimentos LGBTI, visando, sobretudo, combater a homofobia e a transfobia. A notícia foi comemorada pelos ativistas.

 

O projeto, articulado pelo grupo de trabalho liderado pela campanha “Time for Inclusive Education”, foi aceito na íntegra pelos ministros escoceses. Além disso, a Escócia é considerada um dos países mais progressistas da Europa para a questão LGBTI no ano de 2016, quatro dos seis líderes partidários da Escócia se identificavam como lésbica, gay ou bissexual.

 

A medida pode pôr fim a um histórico de violência e intolerância que marcou gerações no país. Um estudo encomendado pela TIE revelou que nove em cada dez escoceses sofreram homofobia na escola, e 27% relataram ter tentado suicídio após serem vítimas de bullying. A Escócia foi o último país do Reino Unido a descriminalizar a homossexualidade, em 1980, 13 anos depois da Inglaterra e País de Gales segundo informações do O Globo.

 

Jordan Daly, cofundador da campanha TIE, acredita que a medida colocará fim ao que ele chamou de “legado destrutivo” da seção 28 – lei de 1988 que proibia as autoridades locais do Reino Unido de “promover” a homossexualidade.

 

“Esta é uma vitória monumental para a nossa campanha e um momento histórico para o nosso país. A implementação da educação inclusiva LGBTI em todas as escolas do Estado é pioneira. Em um momento de incerteza global, isso envia uma mensagem forte e clara aos jovens LGBTI de que eles são valorizados aqui”. Ao anunciar o plano de educação inclusiva, o primeiro ministro John Swinney celebrou a medida.

 

“Tenho o prazer, agora, de anunciar que seremos o primeiro país do mundo a ter uma educação inclusiva para LGBTI inserida no currículo. Nosso sistema de educação deve apoiar todos para que alcancem seu pleno potencial. É por isso que é vital que o currículo seja tão diverso quanto os jovens que aprendem em nossas escolas”.