Agência Brasil

Irmã de Marielle Franco, Anielle Franco relatou nesta quarta-feira (20), em sua conta no Twitter, que uma palestra que faria numa escola foi cancelada pela imagem dela ser relacionada à de Marielle e que, portanto, “entenderiam isso como fazer política para a esquerda”.

“Recebi um convite de uma amigona para ir falar na escola dela. Estava tudo marcado. Arte do evento divulgada. Eu animada, ela e eles também. Segue o fio! Chegamos juntas. Assim que saímos do carro, o coordenador e o diretor nos esperavam. Disseram que não tinha como eu entrar, pois a minha imagem está diretamente relacionada a da minha irmã e os pais entenderiam isso como fazer política para a esquerda”, postou.

Anielle se disse “arrasada” com a situação. “Eu não saio por aí falando de esquerda ou direita. Até porque já disse e repito: ideologia política não deveria nunca sobrepor valores humanos. Já fui demitida, cuspida, xingada, tudo por ser irmã dela. Mas resisto. Por mim, por ela e por tantas outras”, disse.

“O evento era literário. Eu sou professora de inglês, português e literatura. Era pra falar do meu livro e da minha vida. Vi os jovens chorando com presentes e desenhos para me entregarem. Não puderam. E terminaram dizendo que é época de matrícula e não tinham como deixarem eu entrar mesmo”, explicou.

Vereadora no Rio de Janeiro pelo PSOL, Marielle foi assassinada juntamente com seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018. Atualmente, o processo está com o Ministério Público (MPF) para apresentação de alegações finais. O sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Queiroz são os principais suspeitos da execução do crime. Atualmente, ambos estão presos na penitenciária de segurança máxima de Porto Velho.