Crédito: Roberto Jayme/Ascom/TSE

O procurador-geral da República Augusto Aras, em entrevista no programa “Conversa com Bial”, comentou sobre a nota emitida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em que dizia acreditar no arquivamento do inquérito que apura se ele tentou interferir politicamente no comando da Polícia Federal. Ocorre que é uma declaração unilateral. O presidente esqueceu de combinar comigo”, afirmou o jurista baiano. A nota foi emitida por Bolsonaro no mesmo dia em que visitou inesperadamente a sede da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Aras ficou em uma situação desconfortável com a visita. No programa, Aras afirmou ainda que compreende o ato de Bolsonaro, que é “muito espontâneo e tem convicções próprias”. “Ele chegou ao mais alto grau da hierarquia política do Brasil”, disse. “Imagine se eu ou qualquer outra autoridade pode controlar o que diz o senhor presidente? A liberdade de expressão é o primeiro dos princípios e chega a ser levado ao primeiro dos valores da Constituição”, sinalizou.

Augusto Aras afirmou que não é amigo do presidente. “Nós não temos relações de amizade. Temos relação de respeito. Eu fui surpreendido pela visita do senhor presidente à PGR. Todas as autoridades que vão lá são recebidas de forma cordial e respeitosamente”, frisou. Nesta segunda, Aras pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais 30 dias de prazo para concluir as investigações das acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal. O relator do caso, ministro Celso de Mello decidirá se aceita ou não o pedido de prorrogação.