Os esquemas de corrupção e fraude na gestão da Saúde desviaram pelo menos R$ 1,8 bilhão dos cofres públicos do RJ de 2007 até 2020. Essa soma é resultado de um levantamento feito com base em denúncias do Ministério Público Federal (MPF), que investigou fraudes no setor em seis fases da Operação Lava Jato no estado.

O valor supera o que já foi gasto pelo Governo do RJ com a pandemia. Segundo da Comissão Especial de Gastos com a Covid-19, já foram executados R$ 1,7 bilhão com mais de 120 contratos. Outros R$ 661 milhões estão em andamento, somando R$ 2,3 bilhões.

Desse total gasto na pandemia, cerca de R$ 700 milhões estão sob suspeita de desvios, segundo investigações que levaram às operações Favorito e Tris in Idem, que levaram ao afastamento do governador Wilson Witzel e à prisão do secretário de Saúde Edmar Santos, entre outros.

A procuradora da República Marisa Ferrari, que faz parte da Força-Tarefa da Lava Jato no Rio, avalia que as cifras desviadas são “estarrecedoras”. “Apenas na Operação Ressonância foi estimado um impacto aos cofres públicos de R$ 1 bilhão. As organizações criminosas têm uma expectativa de lucrar muito com esses contratos”, afirmou.

A Operação Ressonância apurou fraudes em pelo menos 10 pregões realizados pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) entre os anos de 2007 e 2016.

Em todas as contratações, foi identificada a atuação do chamado “clube do pregão internacional”, um cartel formado por 35 empresas fornecedoras de equipamento de saúde que atuou por mais de 20 anos perante o Into.

O esquema tinha a participação de Sérgio Côrtes, então Secretário de Saúde, e outros funcionários públicos que agiam de forma coordenada em benefício das empresas integrantes do esquema. G1