Crédito: Victor Ferreira/EC Vitória

“Quem não faz, leva”. Essa é uma das sentenças presentes no glossário dos fãs de futebol mais repetidas durante o assistir dos jogos. Assim como “a bola pune”, as duas frases podem ser traduzidas em um único termo: eficiência. Na última terça-feira, no empate por 1×1 entre Vitória e Juventude, o rubro-negro mostrou evolução em relação às últimas partidas, mas deixou a desejar no toque final antes do gol, o que vem sendo constante no Campeonato Brasileiro.

Contra a equipe gaúcha, o Leão somou 18 finalizações, sendo 12 apenas na etapa final do duelo. No entanto, o destaque negativo ficou por conta da falta de pontaria do time, que conseguiu finalizar no gol quatro vezes – o que representa um aproveitamento de apenas 22%. O cenário é preocupante, principalmente levando em consideração que o Vitória é o único entre os 20 clubes da Série A que não conseguiu ganhar no torneio.

Contando os oito jogos disputados pelo clube no Campeonato Brasileiro, o rubro-negro finalizou 91 vezes, ocupando a 11ª colocação nessa estatística. No entanto, desse total, os jogadores do Leão erraram 62% dos chutes tentados. Os números, extraídos da plataforma de estatísticas Footstats, demonstram a baixa eficiência na Série A, o que foi apontado pelo técnico Thiago Carpini em entrevista coletiva após o empate pela 8ª rodada.

“Sabemos que precisamos evoluir, principalmente no aspecto ofensivo. Quando a gente pega um trabalho com um período longo sem vitórias, tomando muitos gols, primeiro precisamos evoluir a parte defensiva”, analisou.

O aspecto ofensivo citado pelo comandante é reforçado pelo desempenho dos atacantes do time. Entre centroavantes e pontas, somente um dos seis gols marcados pelo Vitória no Brasileirão foi produzido por um homem de frente. O momento aconteceu na derrota para o Vasco, pela 5ª rodada, quando Iury Castilho diminuiu o placar em São Januário. Vale citar que ele começou aquela partida no banco, e só entrou em campo aos 12 minutos do segundo tempo.

Com exceção do gol contra marcado pelo Cruzeiro, as outras quatro vezes em que o Leão balançou as redes rivais tiveram as assinaturas do zagueiro Wagner Leonardo e dos meio-campistas Matheuzinho e Willian Oliveira (este último, duas vezes).

Entre os atacantes rubro-negros, somente Iury Castilho, Osvaldo e Zé Hugo possuem a estatística de ‘finalizações certas’ maior que 50%. No entanto, deve-se levar em consideração que Zé Hugo possui apenas um chute a gol na Série A, em três aparições na competição – todas saindo do banco. Iury Castilho tem três finalizações totais, duas certas (66,7%) e uma errada (33,33%). E Osvaldo possui quatro chutes a gol, todos no alvo, ainda de acordo com o Footstats.

O jogador com maior número de tentativas no Brasileirão é o meia Matheuzinho, com 15 (cinco certas e dez erradas). Já o primeiro atacante a aparecer neste ranking é o centroavante Alerrandro, na segunda colocação. Das 11 finalizações, foram cinco certas e seis erradas – o que representa cerca de 54,5% de erro e 45,5% de acertos.

Apesar do estigma da torcida com o camisa 9, o jogador menos eficiente do Vitória – e com ao menos uma finalização correta – é Janderson. Considerando todas as tentativas de chute do atleta nas cinco partidas disputadas por ele, o camisa 39 tem aproveitamento de apenas 16%. Apesar de Eryc Castillo ter 100% de erro, o ponta colombiano possui apenas uma finalização na Série A. Correio da Bahia