STF

Após quatro anos ligados ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), o ex-ministro do Supremo Tribuna Federal (STF) Joaquim Barbosa, assinou há dez dias a sua desfiliação. “Foi uma escolha minha. Pensava nisso havia meses; não houve traumas”, disse Joaquim à colunista da Uol, Daniela Pinheiro.

Durante o tempo em que esteve ligado ao PSB quase saiu candidato à presidência da república, tendo como adversário Jair Bolsonaro (PL), e chegou a ter 10% das intenções de voto. Na época, acreditava-se que o ex-ministro era o nome que poderia despolarizar a disputa eleitoral, uma terceira opção política. Mas, no auge das especulações, com ficha partidária assinada, com uma mensagem no Twitter, encerrou sua participação na corrida eleitoral.

“Está decidido. Após várias semanas de reflexão, finalmente cheguei a uma conclusão. Não pretendo ser candidato a Presidente da República. Decisão exatamente pessoal”. Sobre as eleições 2022 e estando “desimpedido” no cenário político, o nome do ex-ministro volta a ser ventilado nos bastidores. Mas, segundo a entrevista concedida a uol, ele é reticente ao ser perguntado sobre uma possível candidatura: “a princípio, não”. Mas, logo embala a resposta: “Há conversas, depende.”

Para o ex-ministro do STF a política é uma guerra, “um jogo sujo” que ele ainda não precisa. “As pessoas se incomodam até mesmo se você pensa em entrar para a política”, afirmou. “Veja o que aconteceu com o Moro. Precipitou-se, saiu muito cedo, está apanhando adoidado.”

Ainda segundo a apuração do UOl, em janeiro desde ano, o ex-juiz e pré-candidato à Presidência, Sérgio Moro, esteve reunido com Joaquim. sobre o encontro que já estava marcado desde novembro de 2021 especulou-se ter sido sobre a possibilidade de Joaquim ocupar a vaga de Vice do ex-colega. “De jeito nenhum, não teve nada disso. Nunca vou ser vice na chapa de ninguém. Não há hipótese “, dispara Barbosa.

Ainda sobre o peródo em que esteve filiado ao PSB, o ex-ministro Joaquim Barbosa, que nunca participou de nenhuma decisão interna e que assistiu de longe, sem acesso aos bastidores, todo o esfoço que fizeram para apoiar a candidatura do ex-presidente Lula. “Nunca fui consultado para nada”, disse.

“O partido que poderia me ter nunca se interessou em me lançar candidato”, disse. Assim, como muitos casamentos precipitados, a relação logo se mostrou sem sentido. Decidiu então que era hora de mudar de ares. “Não tenho plano B. Estou livre, estou solto”, afirmou.

O certo é que de quatro em quatro anos, sempre pulveriza os boatos de que ele será chamado para disputar o Planalto. “Esse chamado ainda não veio”, comentou. “Talvez venha depois que sair essa notícia da minha desfiliação”. Enquanto isso, ele disse, “estou caladinho, quietinho no meu canto”.

Sobre as Eleições 2022

Joaquim Barbosa classificou como “jogada de mestre” a ideia da chapa Lula-Geraldo Alckmin: “Só um cara muito experiente politicamente para fazer um troço desses”. Apesar disso, ele acredita que precisa esperar o início dacampanha para ter real noção do que vai acontecer e que o Partido dos Trabalhadores (PT) está se antecipando nas comemorações.

“Esse jogo está por muito tempo definido, como os analistas estão dizendo. Tem que observar, ver o que vai acontecer” . É quando ele acha que a polarização Lula-Bolsonaro “vai atingir o paroxismo, vai sair faísca no escuro” – e aí, quem sabe, o ambiente poderá ficar propício para novidades.

Barbosa também falou sobre acreditar que Lula deveria redobrar os cuidados com a segurança pessoal para evitar atentados e um possível assassinato, já que o petista está nos holofotes e tendo a vitória como certo. “Essa turma do outro lado é sanguinária, não tem limites. Pode vir um doido e fazer isso mesmo.” E emendou: “Quem tá de bobeira aí é o Moro, que fica andando de lá pra cá.”