Apesar da contraindicação de estrear um reality musical para maiores de 60 anos, ou seja, só com grupo de risco em plena alta de casos da Covid-19, a Globo exibiu na tarde de domingo (17) o primeiro episódio do The Voice +. Comandado por André Marques, o programa teve como um dos destaques a participação da soteropolitana Zeni Ramos, de 67 anos, que cantou “Babalú”, virou as quatro cadeiras e escolheu o time de Claudia Leitte.

A enfermeira, que começou a cantar ainda com sete anos de idade, foi a primeira mulher negra a subir no palco do Mosteiro de São Bento e já participou de diversos eventos, como o Festival de Música e Artes Olodum (FEMADUM), e contou com o Ilê Aiyê em um dos seus shows.

Para além do repertório sofisticado, apresentações elegantes e depoimentos emocionantes dos participantes, com calouros que participaram de programas de Silvio Santos e Chacrinha, gravaram clipes no Fantástico e até cantaram com Roberto Carlos, a falta de conhecimento da história da música brasileira por parte dos jurados chamou atenção.

Além de Leitte – que já esteve em todos os formatos da atração -, o corpo de técnicos que é formado pela estreante Ludmilla mais os remanescentes da versão adulta e infantil, Daniel e Mumuzinho, decepcionou ao não reconhecer, por exemplo, Dudu França, responsável pelo sucesso dos anos 1970 “Grilo na Cueca”, além de ser responsável por várias trilhas de novelas.

É um problema que poderia ser evitado com uma estudo sobre o passado ou com um time de avaliadores mais experiente, que contasse com a própria Alcione, que foi lembrada durante a atração por conta da semelhança com a também maranhense Yeda Maranhão, de 76 anos. Talvez, por isso, uma das frases mais repetidas pelos jurados foi: “Nós que iremos aprender com vocês”. por Júnior Moreira Bordalo