EC Bahia

A queda do Bahia para a segunda divisão do futebol brasileiro vai forçar o clube a passar por uma reestruturação. Com menos receitas em 2022 – o tricolor apresentou orçamento com previsão de arrecadar R$ 95 milhões -, áreas como o futebol vão sofrer o maior impacto.

Oficialmente, o Esquadrão ainda não detalhou qual será o planejamento para a próxima temporada, quais os jogadores ficarão e quem não terá o contrato renovado. Apenas a renovação do técnico Guto Ferreira e as contratações dos laterais esquerdos Luiz Henrique e Djalma Silva, além do volante Rezende, foram anunciadas.

Porém, durante reunião com o Conselho Deliberativo, o presidente Guilherme Bellintani sinalizou algumas mudanças que pretende fazer. Os principais objetivos no momento estão na reestruturação do departamento de futebol, que ficou vago após as saídas de Lucas Drubscky e Júnior Chávare, e na formação do elenco.

“Hoje estamos pautados em três grandes movimentos: a estruturação da diretoria de futebol, a colocação no mercado de atletas que não possuem o nosso perfil ou são caros para a Série B, e a contratação de jogadores que a gente entende que têm o perfil e estão adequados à realidade financeira. Esses três movimentos nós já começamos e vão ter sequência até o final de janeiro”, explicou Bellintani.

Sobre o departamento de futebol, a ideia é a de manter a mesma estrutura criada em 2021, com pelo menos duas pessoas se dividindo entre a formação e gerência dos elencos dos times principal e sub-23, categorias de base e relacionamento com o mercado. Até lá, as contratações estão sendo feitas através da diretoria executiva, com o auxílio do técnico Guto Ferreira e do Departamento de Análise e Desempenho (Dade).

“Estamos desde o dia seguinte ao nosso último jogo buscando e conversando com pessoas, mas ainda não conseguimos cravar as pessoas que vão assumir este departamento pela falta de convicção entre o que ouvimos e o que estamos buscando. Mas é necessário o quanto antes ter a composição desta diretoria de futebol”, avisou o presidente.

Montagem do elenco
De acordo com Bellintani, apesar de janeiro ser o mês da montagem do elenco, o clube vai deixar espaços para fazer contratações pontuais durante o restante do ano. A ideia é que após a Copa do Nordeste o Bahia consiga prospectar atletas com maior experiência na Série B, como também jovens jogadores que não tenham espaços em times da Série A.

“O monitoramento é muito importante e temos algumas fases. Primeiro não queimar todos os cartuchos de vez. Não podemos contratar todo o time em janeiro. Para o perfil de time para a Série B, que estamos escolhendo priorizando um tipo de jogador, um tipo de elenco, vamos ter que guardar alguns cartuchos para o pós-estadual”, explicou.

O perfil dos jogadores também será levado em conta. O objetivo é ter na Segundona atletas de força e intensidade. Bellintani, inclusive, afirma que ter fugido do DNA histórico do Bahia durante os quatro anos em que está à frente do clube foi o grande erro da sua gestão no futebol. “Não somos um time técnico, leve. Não somos um clube que se acostumou a vencer com craques o tempo todo. A nossa história de futebol é muito mais forjada em times de fibra do que de talento”, iniciou ele.

“Uma das coisas que devemos fazer daqui para frente é entender que se não temos um elenco capaz de dar fibra, intensidade, força e luta dentro de campo, não são os craques que vão nos salvar. Até porque os craques de verdade não estão dispostos a vir para o Bahia neste momento”, lembrou.

O clube pretende ainda dar mais espaço para os jogadores formados na base e no time sub-23. A ideia é de que pelo menos 30% do grupo seja formado por atletas vindos das categorias inferiores. No entanto, Bellintani não deixou claro qual será a estrutura do time de transição no próximo ano. Nos primeiros meses da temporada, o tricolor disputará de forma simultânea a Copa do Nordeste e o Campeonato Baiano. Correio da Bahia