Divulgação/Doug Morton/Nasa

Além do desastre ambiental e potencial de prejuízo patrimoniais, as queimadas que atingem áreas em diversos estados do Brasil também trazem riscos à saúde das pessoas. Além dos já conhecidos problemas pulmonares e cardíacos, os compostos resultantes das queimadas causam a morte de células e têm potencial cancerígeno. A constatação foi feita por pesquisadores da USP e foram trazidas em reportagem do jornal Estadão.

Pesquisa foi conduzida em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Os cientistas identificaram elevada concentração de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos no ar respirado pela população da cidade.

Para chegar aos resultados, amostras do material particulado do ar e a exposição de células do fígado às substâncias fixadas no extrato da filtragem foram coletadas e filtradas. De acordo com o Estadão, o resultado impressionou as pesquisadoras. Em 72 horas de exposição, houve a morte de parte das células. Em apenas quatro horas, já havia danos ao DNA, revelando o potencial de câncer.

O estudo foi conduzido pela professora Maria Lúcia de Arruda Moura Campos e a pesquisadora Caroline Sacaramboni, ambas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto.

Conforme a reportagem, os resultados vão compor a tese de doutorado de Caroline e mostram que a concentração desses hidrocarbonetos, uma classe de mais de cem substâncias químicas conhecidas pela sigla HPA, se torna muito elevada quando a cidade está imersa em uma nuvem de neblina e fumaça por causa das queimadas.