A estimativa da Secretaria de Educação da Bahia (SEC) é de que o impacto da pandemia da Covid-19 em relação a evasão escolar vai chegar a 30% em alguns locais do estado. A previsão é citada como argumento pelo titular da pasta, Jerônimo Rodrigues, para a importância do retorno das aulas 100% presenciais nas unidades da rede, marcado para o dia 18 de outubro, próxima segunda-feira. O secretário da Educação destacou que os prejuízos de mais de um ano sem aulas presenciais e a implantação do modelo remoto sem a estrutura totalmente adequada vão reverberar em prejuízos que continuarão sendo sentidos em cinco e até dez anos.

Jerônimo reconhece que há legitimidade dos professores em reivindicar as condições de trabalho e os riscos a eles e outros servidores, mas que há uma “responsabilidade maior” com os alunos que passaram meses sem aulas. Na Bahia as aulas foram suspensas em março de 2020 e retomadas só um ano depois, em março deste ano, de modo 100% remoto. Em agosto a rede estadual de educação entrou na fase 2 de retomada da educação, com a adoção do ensino híbrido, até que na semana passada o governador Rui Costa anunciou que as aulas seriam retomadas de forma inteiramente presencial.

A decisão foi classificada pela entidade representativa dos professores, a APLB Sindicato, como “precipitada”. Na avaliação do diretor do sindicato, Rui Oliveira, o governador baiano está “totalmente equivocado” em tomar a decisão sem que a pandemia de Covid-19 esteja “completamente controlada”. Jerônimo afirmou nesta quarta-feira (13) que está ciente da posição do sindicato porque tem acompanhado o tema nas redes sociais e na imprensa, mas ressalta que não houve, até o momento, uma reivindicação oficial da categoria. O secretário ainda acrescentou que a pasta está em diálogo com o sindicato o “suficiente para eles entenderem” a situação”.

“A nossa preocupação maior é no sentido de cobrir o cuidado com a saúde, mas principalmente com a aprendizagem. Esse prejuízo com a pandemia vai nos custar um preço alto nos próximos cinco ou 10 anos. Em uma época normal, por exemplo, terminou o ano e naquele período de férias, de recesso do Natal, do Ano Novo, o retorno é sempre um prejuízo de evasão de 10% a 12%, com uma situação dessas com certeza ultrapassará 20% a 30%, em alguns lugares. Nós temos a responsabilidade e estamos num lugar que temos que tomar decisões”, argumentou Jerônimo. (BN)