Valter Campanato/Agência Brasil

Preso preventivamente desde setembro de 2017 no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, o ex-ministro Geddel Vieira Lima vai encurtar em cerca de 1,4 mil km a sua distância da família indo para onde a maioria dos que cometem o “crime de colarinho branco” – e tem ligação com Salvador – pede para ir.

O Centro de Observação Penal (COP), do Complexo Penitenciário Lemos Brito, na capital baiana, costuma abrigar advogados, empresários, ex-prefeitos e foi até a casa temporária do ex-deputado Luiz Argôlo, que foi condenado na Operação Lava Jato pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Em entrevista ao Bahia Notícias, o secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização da Bahia, Nestor Duarte, afirmou que receberá – assim que chegar o pedido oficialmente – o ex-ministro com “toda a responsabilidade”, mas ponderou. “As normas serão as regras, seja quem for o preso”.

Nestor disse que recebeu um ofício de um juiz de Execução Penal há alguns meses, consultando por intermédio para consulta de um juiz de Brasília, para fazer a transferência. “Respondemos positivamente. A unidade tem condições de receber mais uma pessoa, onde fica esse tipo de interno”, contou.

O chefe da Seap ainda disse que a própria defesa do ex-ministro fez as solicitações para que Geddel fosse para o presídio soteropolitano. “Ele disse que conhecia o sistema, e que era dos melhores do Brasil. Havia vontade de fazer a transferência. A gente cuida dos presos por ordem judicial. Muitas pessoas de outros estados vêm para cá. É um presídio normal, com banho de sol, tem rotina de visita, parlatório para os advogados”, pontuou.

Apesar da possibilidade do ingresso de Geddel, Nestor Duarte garante que não terá nenhuma modificação ou mudança de esquema para receber o ex-ministro. “A rotina é mantida há anos e não tem porque ter nenhuma modificação. É rotineira. Claro que nós recebemos com toda a responsabilidade que nos cabe”, salientou.

Geddel foi condenado a mais de 14 anos de prisão, por lavagem de dinheiro e associação criminosa, no caso do bunker da propina, porém ainda cumpre prisão provisória. Bahia Notícias