O ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) voltou a ser preso na manhã desta terça-feira (19), desta vez em uma operação do Ministério Público do Paraná (MP-PR) que investiga desvio de recursos que deveriam ser usado na construção de escolas. Parte desse dinheiro, segundo as investigações, teria ido parar em campanhas eleitorais do tucano.

Esta é a terceira vez que o tucano é detido. Ele também já havia sido preso em uma outra investigação do MP paranaense e em um desdobramento da Operação Lava Jato, mas foi solto por ordem da Justiça.

Na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)Gilmar Mendes concedeu um salvo-conduto para impedir a prisão do ex-governador, mas a medida se aplica apenas às investigações relacionadas à Lava Jato. Porém, no ano passo, Gilmar Mendes também concedeu um salvo-conduto para as investigações, à época, do Gaeco.

A nova detenção é preventiva, ou seja, por tempo indeterminado. A suspeita contra o tucano é de corrupção, e ele foi preso no apartamento onde mora.

A ação é um desdobramento da Operação Quadro Negro, que investiga desvios nos recursos destinados à construção de escolas. O empresário Jorge Atherino, apontado pelo MP-PR como operador financeiro de Beto Richa, e Ezequias Moreira, ex-secretário especial de Cerimonial e Relações Exteriores do Paraná, também foram presos.

Ezequias foi citado na colaboração premiada do empresário Eduardo Lopes de Souza. A delação afirma que o ex-secretário participou da arrecadação de dinheiro desviado da reforma e construção de escolas para a campanha de reeleição de Beto Richa para o governo do estado.

A investigação é tocada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Além das prisões, são cumpridos mandados de busca e apreensão em imóveis da família Richa em Caiobá, no litoral do Paraná, e em Porto Belo (SC).

Na quarta-feira (13) o Gaeco ofereceu denúncia contra o ex-governador, a mulher dele, Fernanda Richa, Jorge Atherino e Ezequias Moreira por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Até o momento, não há a informação se a Justiça aceitou a denúncia. G1