Agência Brasil

Ouvida sobre as declarações do presidente Jair Bolsonaro de que pediria ao Senado, abertura de processos contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, a jurista e ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça afirmou que o inquérito do Supremo que investiga milícias digitais “é tendencioso”. “Se nós formos fazer uma avaliação bastante criteriosa, nós vamos ver que, mesmo o Supremo chegando a um caso extremo onde está, diante de tantas críticas contra a honra dos ministros, ele comete um segundo erro, que foi fazer esse inquérito. Inquérito que já está rolando há cerca de dois anos, que é absurdo, onde o próprio Supremo decreta a abertura, ele mesmo faz uma distribuição tendenciosa para escolher o ministro que iria conduzir a investigação e ele toma todas as posições que não podia tomar”. Eliana Calmon completou destacando a fragilidade das instituições políticas e jurídicas do país neste momento. “E, sem contar, inclusive, com o Ministério Público, que no momento está numa situação crítica porque está extrapolando suas reais posições. De forma que toda esta fragilidade de todos os protagonistas, seja do MP, seja por parte do poder politico, levou o STF a se arvorar em super poder. Este inquérito tem muitas dificuldades de se entender como legal”. A jurista afirmou ainda que nos últimos anos o Supremo Tribunal Federal tem se exposto demais em decisões políticas, gerando insatisfações de uma parcela da população e de parlamentares que passaram a criticar e ofender o tribunal e seus ministros. (Bocão News)