O convite público de Jair Bolsonaro a Sergio Moro para ser ministro da Justiça ou ministro do STF e a sinalização de Moro de que pode aceitá-lo são mais uma evidência de que a Lava Jato foi instrumento da perseguição política a Lula. A defesa do ex-presidente pedirá novamente a suspeição do juiz apontando interesses pessoais na perseguição judicial de que foi vítima, informa a colunista Mônica Bergamo.

 

O pedido será feito nos processos em curso no país. Mesmo analistas conservadores e antipetistas como Josias de Souza reconhecem a trama. Em sua coluna no UOL, Souza foi taxativo: “Concluído o 2º turno, se virar ministro de Bolsonaro, o juiz passará o resto da vida explicando por que ladrilhou com pedrinhas de brilhante a avenida que levou Bolsonaro ao Planalto.

 

A Lava Jato jamais será a mesma”. A pergunta que imediatamente se faz é: prendeu o concorrente e agora vira ministro? Essa injunção política pode ter dado início ao fim do que restou de reputação ao juiz de Curitiba, uma vez que resta evidente a politização de suas decisões com relação a Lula, que venceria com facilidade Bolsonaro nas eleições. São movimentos irrefletidos de um futuro presidente que desconhece o mundo real do discuso político.

 

E que ficou mal acostumado com sua própria industria de fake news. A rigor, Bolsonaro tende a produzir, com suas precipitações e arroubos populistas, a maior oportunidade estratégica para o segmento progressista realinhar seu discurso e reafirmar seu compromisso com a civilização e o mundo do direito internacional.

 

A reportagem do jornal Folha de S. Paulo explica: “a defesa de Lula deve usar o convite feito por Bolsonaro a Sergio Moro para o governo —e a resposta do juiz de que se sentiu 'honrado'— para reforçar em órgãos internacionais a tese de parcialidade do juiz contra o petista”.