BNews

Ex-secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas pretende ser candidato a deputado federal na eleição do próximo ano, e busca um partido para se filiar. Em entrevista à Tribuna, Vilas-Boas afirmou que pode entrar no MDB se a sigla, de fato, migrar para a base política liderada pelo governador Rui Costa e pelo senador Jaques Wagner, do PT. O MDB desde 2012 pertence à base do ex-prefeito soteropolitano e secretário-geral do União Brasil, ACM Neto.

O partido, que é comandado na Bahia informalmente pelo ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima, no entanto, negocia uma mudança de grupo político. O emedebista baiano tem conversado constantemente com o senador Jaques Wagner e, nos bastidores, comenta-se que a migração para a base petista está fechada. Perguntado pela reportagem se pode se filiar ao MDB caso a sigla vá para o grupo do PT, Vilas-Boas respondeu sucintamente por meio do aplicativo de mensagem WhatsApp: “Sim. Prerrogativa”.

Wagner quer ser candidato a governador da Bahia na eleição do ano que vem, e tem procurado fortalecer sua aliança política. Para robustecer seu grupo político, tem tentado trazer o MDB, que o apoiou na disputa ao governo em 2006 e indiciou Edmundo Pereira Santos para ser vice-governador. Questionado pela reportagem se já conta com o apoio do MDB para sua candidatura de 2022, o senador disse: “ainda não”.

Na semana passada, em entrevista à Rádio Excelsior, Lúcio negou que seu partido esteja inclinado a apoiar Wagner na corrida eleitoral. “Não estamos inclinados para lado nenhum”, ressaltou. “Como é que querem que o MDB tome uma decisão se nem candidatura anunciada tem ainda? Como é que dizem que o MDB está longe de Neto, se Neto nem disse se vai ser candidato? Está muito cedo ainda, e o MDB vai decidir em seu tempo, conversando. Não aceitamos pressão e não estamos inclinados para lado nenhum”, declarou.

O ex-parlamentar tem reclamado, entretanto, em conversas reservadas, da falta de atenção à legenda emedebista por parte de ACM Neto. O ex-deputado também teria uma mágoa com o ex-prefeito soteropolitano, que na campanha de 2018 tentou tirar o MDB do controle de Lúcio. Na época, o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), que era vice-prefeito, articulou para que o partido saísse das mãos da família Vieira Lima, que estava envolvida no escândalo das malas de R$ 51 milhões. Reis queria que Lúcio fosse para uma sigla nanica, e liberasse o MDB para apoiar a candidatura de ACM Neto ao governo da Bahia.

Neto acabou desistindo de brigar pelo Palácio de Ondina naquele ano, já que o plano naufragou. Diante deste cenário, a ida do MDB para a base de Wagner é dada como certa. Presidente da Câmara de Salvador, Geraldo Júnior, que entrou no partido no ano passado, no entanto, tem tentado evitar a mudança da legenda para a ala petista. Ele sonha em ser candidato a deputado federal, pelo partido, com o apoio de ACM Neto. Tribuna da Bahia