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Vivendo uma rotina diferente, desde que abandou o uso de álcool e drogas, Fábio Assunção tem chamado atenção dos internautas com a nova vida. No entanto, o ator de 48 anos não esconde o medo de ter recaídas. Por outro lado, sem beber desde o início do ano, considera sua dependência de drogas sob controle e sua compulsão “bem acolhida — só fumo cigarro”.

Em entrevista à revista Veja, ele admitiu que tem receio de possíveis recaídas, principalmente nesse período de quarentena, quando está morando sozinho. “Essa é uma questão que pauta a vida de qualquer pessoa que tem compulsão. O medo me acompanha sempre. Sei que não posso dar brechas e que há situações em que preciso ser firme e dizer não. Por exemplo: posso beber, mas tomei a decisão este ano de não ingerir nenhuma gota de álcool”.

Porém, o ator prefere não estipular prazos para manter essas autorestrições. “Estou presente no agora, inteiro, realizado. Diariamente reforço minhas conexões espirituais e mantenho a cabeça focada em metas. Se eu pensar em 2021, não saboreio as coisas maravilhosas que a vida me oferece hoje”.

Durante o bate-papo, Assunção relembrou o início com as drogas. “Minha adolescência foi nos anos 1980, quando o mundo tinha outra relação com as drogas. É claro que as más influências existem, mas sempre tive a última palavra e sou responsável por minhas escolhas.A maioria das pessoas tem dificuldade de falar sobre isso, não só pela questão moral, mas porque gera um estigma”.

Ele ainda falou das polêmicas em que apareceu alterado em público. É muito ruim não poder tratar minhas questões pessoais na intimidade. A gente tende a colocar o usuário de drogas no centro do debate, quando, na verdade, existe todo um entorno jurídico, religioso, médico e político que lucra com a venda ilegal dessas substâncias. Não estou dizendo que o dependente químico é um coitado, mas ele está desamparado”, afirma.

O ator ainda revelou o acordo que fez com a banda La Fúria, por causa da música com seu nome. “Sempre acho esse tipo de exposição complicado. Mas houve um movimento bacana de desencorajamento ao uso das máscaras, que fez com que me sentisse respeitado. Quanto à música, a banda fez um acordo comigo e destinou os 50 mil reais que recebeu em direitos autorais a projetos sociais para dependentes químicos. Talvez essas coisas sejam necessárias para que o assunto venha a ter a discussão que merece”, contou. Bocão News