Foto: Marcos Corrêa/PR

A fala recente do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), em que defende o retorno do AI-5 se houver “radicalização da esquerda”, não é exatamente o mais preocupante em casos assim. Para Carlos Navarro, jornalista e coordenador da Comissão Nacional da Verdade na Bahia, responsável pela investigação de violações aos direitos humanos durante a Ditadura Militar, são mais problemáticas as bandeiras defendidas por ele, os irmãos e o pai, o presidente da República Jair Bolsonaro.

“Sujeito que defende arma, tortura, prisão a qualquer custo, que quer que os adversários políticos morram na cadeia, isso é mais do que ser autoritário, é ter vocação para ditador”, analisou Navarro. O coordenador da Comissão Nacional da Verdade classificou a fala do deputado federal como uma “bobagem”, e uma ameaça “vazia” e “imbecil”.

“É pra ele mostrar força. Menino de rua que dá um tapa e corre pra chamar o primo”, comparou Carlos Navarro. Ele ainda acredita que, apesar do comportamento e discurso autoritário, Eduardo e os demais integrantes do clã Bolsonaro não conseguiriam implementar uma ditadura no Brasil, “mesmo tento essa vocação para ditador”: “Eles não têm competência nem para isso”.

“Uma coisa é a tendência autoritária deles [família Bolsonaro]. Eles são autoritários, radicais de direita, querem fechar regime, querem provocar o caos, pra ver se conta com as forças armadas para dar um golpe. Mas os militares também não são idiotas de assumir uma história dessa”, disse Carlos Navarro. Bahia Notícias