Foto: Divulgação/MP-BA

Um lar para idosos, que funcionava em um imóvel da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), ocupado de forma irregular, foi fechado por causa de condições precárias na manhã desta terça-feira (24), no bairro da Liberdade, em Salvador.

Segundo apurações da 3ª Promotoria de Justiça de Direitos Humanos de Salvador, a Instituição de Longa Permanência para Idosos (IPLI) funciona de forma clandestina, sem documentação legal, em desrespeito completo ao Estatuto do Idoso, colocando em total vulnerabilidade e risco a saúde de 16 idosas abrigadas no imóvel e uma pessoa com deficiência.

Algumas idosas serão encaminhadas para casas de familiares ou outros abrigos da cidade. A medida de fechamento foi tomada após inspeção de equipes técnicas do Ministério Público da Bahia (MP-BA) realizada no dia 16 de setembro, que constatou condições precárias em termos físicos e de serviços.

“Os idosos estavam em uma situação degradante, de caos interno, com paredes com limo, gato de energia. Enfim, uma situação péssima”, afirmou a promotora de Justiça Ana Rita Nascimento. Na ocasião, uma idosa de 92 anos foi deslocada imediatamente pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) a pedido do MP-BA para um hospital, após ser encontrada em estado de desidratação. Ela ainda está internada.

“Ela me implorou por água: ‘Eu estou pedindo água e ninguém me dar’. Ela está internada em estado de desnutrição e anemia”, relatou emocionada. A promotora de Justiça Ana Rita Nascimento explicou que, após a inspeção, o MP-BA entrou em contato com a responsável pelo lar para que ela deixasse imediatamente o imóvel e providenciasse a entrega das idosas às famílias.

“Eu ainda fui generosa que não dei voz de prisão em flagrante. Falei para ela encerrar as atividades, porque ela precisava retirar as idosas do local, porque ela tinha invadido”. No entanto, nenhuma medida foi tomada. Durante visita feita na segunda-feira (23), o Ministério Público constatou que o local ainda estava em funcionamento e retornou nesta terça para executar a interdição. G1