Foto: Paulo Souza/g1

Os rios Alcobaça e Água Fria, que cortam o município, transbordaram e em alguns pontos a água chegou a dois metros. Nesta última quarta-feira (15), os comerciantes seguiam contando prejuízos. Pelas ruas da cidade, muitas lojas ainda eram lavadas e trabalhadores tentavam salvar equipamentos.

Entre os comerciantes, estava Ricardo Ítalo. O morador de Medeiros Neto contou ao g1 que no final dos anos 60, em uma outra cheia dos rios, a loja em que trabalhava atualmente também ficou submersa. Na época, o comércio era comandado pelo seu pai.

“Eu sempre ouvi essa história do meu pai. No ano de 1968, o imovél da nossa loja ficava no nível da praça. Na ocasião, quando aconteceu a tragédia, meu pai construiu aqui com um metro e meio de elevação. E mesmo assim, nessa chuva dessa semana, a água subiu e invadiu a loja. A água tocou na terceira prateleira”, contou.

Ricardo Ítalo destaca que a chuva da última semana fez com que o rio subisse rapidamente, o que impediu que comerciantes tivessem tempo de salvar suas mercadorias.

“Foi tudo muito rápido. Não deu tempo de tirar quase nada. Eu só consegui tirar uns carros que estavam em exposições, mas foi uma coisa triste. Não deu tempo de tirar nada do estoque”, disse.

Apesar dos prejuízos, o comerciante falou sobre o processo de recuperação após as cheias. “Eu acredito que vamos conseguir recuperar o que perdemos. E torço para que todos os moradores de Medeiros Neto se recuperem dessa situação”, disse.

Com o nível do rio mais baixo, a imagem mais comum na cidade ao longo dos últimos três dias é de pessoas nas ruas trabalhando na limpeza, seja na limpeza de lojas, de casas ou recolhendo entulhos. G1