Utilitárias e decorativas, as cerâmicas criadas pelas artesãs e artesãos de Maragogipinho, distrito de Aratuípe, são destaques na Feira de Artesanato da Bahia, que começou na manhã deste sábado (21) e segue até domingo (22), na Praça da Matriz. O maior centro oleiro da América Latina, Maragogipinho é o ponto de partida do evento, que será realizado em outros municípios do interior. A feira promove a exposição e a comercialização de produtos de artesãs e artesãos, incentiva a inclusão social e produtiva e aquecer o turismo, valorizando a cultura da região. A iniciativa é do Governo do Estado, por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre). O evento conta com o apoio da Prefeitura de Aratuípe. A Feira Artesanato da Bahia estimula também a preservação dos contextos culturais que agregam e perpetuam histórias, tradições e valores da região. Durante o evento, o público tem a oportunidade de conhecer a origem das técnicas utilizadas pelos criadores, que destacam a identidade regional do artesanato. Os visitantes poderão adquirir os produtos artesanais apresentados diretamente pelos produtores, dialogar e interagir sobre a riqueza dos processos produtivos. Nos diversos estandes, estará representado o artesanato local, do polo territorial e de cidades vizinhas.
Veja a entrevista completa com o secretário da Setre Davidson Magalhães, prefeito Tone e deputada federal Alice Portugal e deputada estadual Olivia Santana
Maior centro de produção artesanal de cerâmica da América Latina, Maragogipinho foi escolhido para abrir a primeira edição itinerante das Feiras Artesanato da Bahia. O distrito se destaca pela população composta, na maioria, de artesãs e artesãos ceramistas. A produção de peças grandes, as louças de barro, é conhecida pelos potes (porrões), talhas, boi-bilhas, panelas, vasos, pratos, corbélias, esculturas e moringas, entre outros. Entre as peças pequenas, o destaque fica para as de caráter decorativo. Uma das características marcantes da cerâmica local são os desenhos de influências indígenas, geométricas e florais, criados pela pintura artesanal em tauá, pigmento natural de argila de aspecto vermelho, e tabatinga, de tom branco. Utilizada desde o século XVIII, a modelagem manual ganhou técnicas mais avançadas com a utilização de tornos manuais e elétricos e moldes. Distante 71 km de Salvador pela BR-101, o famoso distrito de Aratuípe tem uma população aproximada de 3 mil habitantes (dados de 2010), a maioria composta por artesãos da cerâmica. As dezenas de olarias locais são responsáveis pela grande produção de cerâmica, uma herança familiar que atravessa gerações.