Victor Pinto

Que as conversas do PDT com ACM Neto estão avançadas, isso não é novidade, mas que o presidente Estadual do Partido, deputado federal Félix Mendonça Junior, não está aberto nem a receber ligações dos antigos companheiros é uma notícia que pode poupar o tempo de muita gente. Pelo menos foi isso que ele disse em entrevista ao jornalista Victor Pinto, nesta última quarta-feira (16), em Brasília.

“Eu mesmo peço para que não me ligue. Nós saímos e estamos conversando com um grupo”, disse o deputado em referência ao assédio que vem sofrendo há tempos, mas que se intensificou com a saída do PP da base governista. “Existem pessoas que são amigas, que estão no Governo, que procura com aquela conversa: ‘olha, você não vai ter espaço…’. O PDT não é um partido que vai negociar ir para um lado ou ir por outro por espaço, por cargo. Os espaços que eles têm, eu desejo que façam bom proveito”, desdenhou o presidente.

Questionado sobre os rumores de que ele teria se reunido com membros da base ou mesmo o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, Félix é taxativo: “Não existe nenhuma negociação do deputado Félix ou do PDT da Bahia com Governo. Não existe nenhuma negociação do presidente Lupi como Governo. A única coisa que existe, desde as eleições de Bruno Reis, quando o PDT indicou a vice, são conversas, negociações e vontade de participar da majoritária com ex-prefeito salvador, ACM Neto”, finalizou o deputado.

Possíveis empecilhos

Ainda sobre o cenário eleitoral regional, Félix foi questionado se ainda está no páreo para ocupar a cadeira de vice na chapa de Neto, já que essa já foi uma realidade mais palpável antes do grupo do ex-prefeito de Salvador ser abraçado por dois grandes caciques que saíram da base petista: Marcelo Nilo e João Leão. “Queremos sim participar da chapa de neto, o PDT tem bons nomes, tem Léo Prates, tem o meu nome que foi ventilado e fico muito feliz. Mas temos mais que isso […] temos ideologia e não nos rendemos ao pragmatismo que tem existido na política”, alfinetou Félix.

Sobre a possibilidade do “palanque aberto” de Neto ser um empecilho nas negociações, já que o PDT tem Ciro Gomes como pré-candidato à presidência da República, Félix minimiza: “isso é uma coisa que a gente vem conversando com o ex-prefeito de Salvador e sabemos que é um palanque múltiplo. Veja bem, agora entrou João Leão, que já declarou que tem vontade votar em Lula, claro que o outro lado não vai querer permitir que ele use esse palanque”.

Essa possibilidade, segundo Félix, seria, inclusive, mais um motivo para se aliar a Neto: “Por isso queremos também participar da majoritária, para ter um palanque para Ciro Gomes, para que ele possa expressar suas ideias e a população da Bahia possa ouvir e analisar entre os diversos candidatos qual que ela vai preferir”, concluiu o deputado.