Correio da Bahia

Pelo segundo ano consecutivo, Salvador não terá a tradicional Festa de Iemanjá, celebrada em 2 de fevereiro, no bairro do Rio Vermelho. A medida foi confirmada nesta quinta-feira (27), pelo prefeito Bruno Reis.

De acordo com a prefeitura, a decisão foi tomada diante do aumento do número de casos de Covid-19 e da ocupação de leitos de UTI em Salvador. O prefeito já tinha informado, na quarta-feira (26), que a praia do Rio Vermelho estaria fechada em 2 de fevereiro, mas somente nesta quinta-feira detalhou sobre o cancelamento da festa e demais medidas.

Apesar do cancelamento, Iemanjá será celebrada com o tradicional presente que é levado diretamente ao mar. A prefeitura reforçou que não haverá qualquer permanência na Colônia de Pescadores, para evitar aglomerações. Também não é permitida a presença do público. As medidas serão fiscalizadas pelos órgãos municipais.

Entre as medidas municipais que serão adotadas estão: proibição da realização de qualquer ação de emissão sonora em todo o trecho da Avenida Oceânica entre o restaurante Sukiyaki e a Vila Caramuru, a exemplo de carros de som; estará vetada a atuação do comércio ambulante nas vias e, além disso bares e restaurantes poderão atuar em horário normal, com a utilização apenas de som ambiente.

Estará interditado o acesso de pessoas às praias entre o restaurante Sukiyaki e a Colônia de Pescadores Z1, a partir de 0h do dia 1º de fevereiro até as 6h do dia 3 de fevereiro. O trânsito estará liberado normalmente na Avenida Oceânica.

“O apelo que fazemos é que Salvador possui mais de 60km de orla, então quem quer mandar seu presente para Iemanjá pode fazer em qualquer lugar da cidade, que Iemanjá vai receber a oferenda. Não precisa ir apenas ao Rio Vermelho para isso. Precisamos da colaboração de todos neste momento”, declarou Bruno Reis.

Cancelamentos e a Covid-19

Há dois anos que as festas populares não ocorrem em Salvador por causa da pandemia da Covid-19. A Lavagem do Bonfim, uma das mais importantes do estado, também foi cancelada. No entanto, a festa ao Senhor do Bonfim foi mantida, mas com restrições enste mês de janeiro.

O carnaval, a maior festa de rua do mundo, também foi cancelado na Bahia. Em dezembro de 2021, o governador Rui Costa anunciou a decisão. Apesar do cancelamento das festas de rua em Salvador e em todo o estado, muitos eventos privados mantiveram a decisão de realizar festas, tipo “carnaval indoor”.

Ainda em dezembro do ano passado, Salvador registrou um surto de gripe e, em janeiro deste ano, os casos de Covid-19 voltaram a aumentar. Diante do cenário, alguns eventos de carnaval, que aconteceriam em fevereiro, foram adiados ou cancelados.

Em 11 de janeiro, o governo da Bahia publicou o primeiro decreto do ano com redução de público em eventos e exigiu comprovante de vacinação em estabelecimentos. Nove dias depois, em 20 de janeiro, o governo reduziu ainda mais o público em eventos. Antes eram 3 mil e passou para 1,5 mil.

O casos de Covid-19 seguem aumentando no estado e, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) na quarta-feira (26), os casos ativos da doença cresceram 1.210% na Bahia desde o início deste ano. Nesta quinta-feira, o governador Rui Costa, disse que o estado vive um ‘tsunami’ de caso de Covid-19 e que a Bahia deve chegar a 30 mil casos ativos da doença já na próxima semana.

De acordo com o último boletim divulgado pela Sesab, na quarta-feira, a Bahia atingiu 23.985 casos ativos da Covid-19. Além disso, em 24h, foram contabilizados 6.455 novos casos conhecidos de coronavírus no estado e 18 óbitos.

Até quarta-feira, a Bahia tinha registrado 11.063.130 pessoas vacinadas com a primeira dose, 263.710 com a dose única, 9.356.997 com a segunda dose e 2.202.272 com a dose de reforço. Do público de 5 a 11 anos, 33.206 crianças já foram imunizadas. G1