EC Bahia

Depois dos jogadores terem voltado aos trabalhos no CT Evaristo de Macedo, foi a vez da diretoria do Bahia explicar o planejamento do clube para a temporada 2022, ano em que o Esquadrão vai voltar a disputar a Série B do Brasileirão. Na tarde desta quarta-feira, o presidente tricolor, Guilherme Bellintani, concedeu entrevista e falou sobre alguns temas. De acordo com ele, o Bahia vai desativar o time de transição e vai passar a contar com apenas um grupo para Copa do Nordeste e Campeonato Baiano.

“Time de transição acaba como projeto isolado e se unifica. A gente vai trabalhar entre 30 e 32 atletas no elenco principal, vai depender um pouco se vamos trabalhar com quatro ou três goleiros, como o treinador vai escolher o modelo de jogo. Sendo que entre 6 e 8 serão originários do que seria o time de transição”, iniciou ele.

“Os primeiros jogos do Baiano serão comandados por Bruno, o time que vai a campo será em maioria do projeto de transição. Vamos começar o Baiano com o time de transição por eles estarem treinando desde o início de dezembro. Não posso colocar um jogador que está se apresentando agora para jogar. Não é compatível. Esse projeto do time de transição será unificado durante o mês de janeiro. No primeiro jogo da Copa do Nordeste Guto já assume. E a partir daí damos sequência com Guto comandando as duas competições”, completou.

Questionado sobre contratações, Bellintani evitou falar sobre possíveis nomes ou negociações em curso e explicou que no primeiro momento a ideia é enxugar o grupo de atletas. Jogadores que não estão dentro dos planos da comissão técnica ou que são considerados caros para a Série B devem ser repassados para outras equipes.

“O primeiro movimento é de adequação do elenco. Vamos precisar ter muita cautela, errar muito menos do que temos errado. Existem conversas, mas nosso objetivo principal é ajustar o tamanho do elenco, com algumas saídas que precisam acontecer. Depois disso, vamos com toda cautela e cuidado para novas contratações. Nosso movimento central hoje não é de buscar atletas, é de adequar o elenco.

Até o momento, o Bahia fez apenas quatro contratações. Chegaram ao clube os laterais Luiz Henrique, Djalma Silva e Jonathan e o volante Rezende. Confira outros temas abordados na entrevista:

Perfil do elenco
A gente anunciou nomes que são conhecidos pelo torcedor que acompanha a Série B. Diria que são nomes com características próximas ao que estamos buscando de perfil de elenco. Jogadores que queiram estar aqui, entendam que o Bahia é o ponto alto da carreira, ter o Bahia como passagem, é legítimo, mas que queiram fazer uma boa história. Somadas com outras características, imposição física, coisas que a Série B nos impõe. Temos uma comissão técnica tarimbada na Série B, e isso é importante para a Série B. Não é só a comissão técnica que está contratando. É a comissão técnica junto com o Dade. Duas contratações que fizemos já estávamos tentando ano passado, na Série A.

Situação de Rossi
Rossi teve uma renovação automática no contrato. Ele informou ao clube que não desejava mais seguir em 2022. Estamos avaliando a situação jurídica. Mas só queremos no elenco quem queira estar aqui. Tem uma coisa que precisa unir todos os jogadores que é a vontade de estar aqui. A gente tem que ter um elenco com características diferentes complementares, e a gente entende que as características diferentes vão dar o resultado a partir da união de jogadores que queiram estar aqui.

Buscas por diretor de futebol
O Bahia já não teve diretor de futebol em 2021. Optamos por outro modelo. Desde o dia 10, há apenas 25 dias, estamos buscando a reposição de um ou dois profissionais para ocupar os cargos. Entrevistamos uma série de candidatos, mas vamos contratar no tempo que entendermos ser necessário. Enquanto isso, todo o departamento de futebol do clube está mobilizado para contratar jogadores. Todas as decisões são sempre compartilhadas e colegiadas. E vão seguir assim enquanto não tiver a presença de um gestor de futebol. Temos uma comissão técnica com nível de Série A, mas que conhece muito de Série B. Com histórico de sucesso e acessos.

Situação de Lucas Fonseca e Clayson
Clayson é um jogador que tem contrato com o clube. Estamos aguardando a realização do inquérito. A partir daí vamos analisar a situação do atleta e os impactos que isso causa no clube, como qualquer tema sensível merece.

Lucas Fonseca é um jogador que teve história importante no clube, e a saída foi combinada com o atleta. Todo ciclo que começa também se encerra e estamos fazendo isso com todo respeito com o atleta e exatamente como foi combinado.

Série B difícil
Premiação dos atletas é uma coisa secundária. Antes disso, tem a estratégia de elenco dentro da nova realidade do clube. A folha deve ter entre R$ 1,5 e R$ 2 milhões. Agora ainda está acima disso, porque temos atletas que não deverão continuar no clube. Então existe uma tendência de queda. Mas com essa folha projetada a gente acredita que dá para montar um time competitivo. Com jogadores que queiram ficar no Bahia, com vontade e empenho. Acredito que pelo tamanho que temos, pela estratégia, por Guto Ferreira, que vamos ter uma temporada positiva. Vou falar menos sobre o futuro, e fazer mais.

Dívidas com jogadores e funcionários
Primeiro é uma coisa importante que se diga, o Bahia está com salários em dia, tanto de funcionário quanto de atleta. Premiação de que? De queda para a Série B? Primeira coisa, os salários estão em dia. Salvo 13º de 2021 e em relação a seis atletas que temos negociações do ano passado, esses valores precisam ser renegociados. Perdemos R$ 10 milhões por cair para a Série B já em dezembro. A responsabilidade precisa ser assumida por todos. O Bahia vai tratar suas dificuldades financeiras com transparência. Então tudo o que falarmos, é verdadeiro. Entre o festival de fake news, e o que o presidente disser, peço que acredite no que eu falar. Devemos a seis atletas em relação a 2020, e vamos renegociar. Se todos caímos, o clube e cada jogador, inclusive os jogadores a quem devemos, cada um tem que responder por uma renegociação que não afete a seriedade e o planejamento financeiro. O salário está em dia, exceto o 13 e os seis jogadores com quem temos dívidas, que é normal no cenário pós-pandemia.

A gente pode assegurar que o que estamos planejando financeiramente é dentro da realidade do que o clube vai ter de orçamento para 2022. O que estamos planejando é de acordo com nossa realidade. O que estamos fazendo é um planejamento e folha salarial coerente com o que foi planejado para 2022.

Time feminino
Tomamos essa decisão para encerrar os contratos e voltar a montar o time quando estiver mais próximo do retorno das competições. (Correio da Bahia)