A ministra da Saúde, Nísia Trindade, está determinada a não ceder às pressões do Centrão. Apesar de enfrentar críticas no Congresso, ela afirmou, em entrevista ao colunista Bernardo Mello Campos, de O Globo, ser alvo de uma campanha para forçar sua saída do governo.
Em uma conversa com a coluna, Nísia destacou as ações realizadas pelo Ministério nos primeiros seis meses de gestão, como o relançamento dos programas Mais Médicos e Brasil Sorridente.
Ela afirmou que o presidente Lula tem mostrado satisfação com sua atuação, mas pediu um reforço na comunicação do ministério.
“Tenho feito muitas entregas, ao contrário do que andam dizendo neste processo de fritura (…) Estamos num contexto de disputa política. Tenho um perfil muito discreto, e às vezes discrição demais atrapalha”, avaliou Trindade.
Nísia contestou as críticas, inclusive de deputados do PT, de que a liberação de recursos para estados e municípios estaria demorando.
Segundo a ministra, há uma “confusão” nas reclamações sobre o ritmo de liberação de emendas parlamentares.
“Havia pedidos parados há quatro anos que conseguimos resolver nestes seis meses. Além do negacionismo, o governo anterior era marcado por pouco trabalho (…) As emendas deveriam servir para fazer investimentos, não para gastos de custeio. Hoje muitos municípios dependem das emendas para cobrir a folha de pagamentos. Estamos buscando corrigir essas distorções e recompor o orçamento do SUS”, explicou a ministra.
Na semana passada, a ministra se reuniu com Arthur Lira (PP-AL), apontado como responsável por sua pressão política. Ela afirmou que o deputado tratou apenas de assuntos técnicos, como o apoio a hospitais filantrópicos em Alagoas.
Sobre as críticas do Centrão, Nísia mencionou que tem aumentado as reuniões com parlamentares, mas ressaltou que o ministério não abrirá mão dos controles na aplicação dos recursos públicos.
“[Eu e Lira] Temos uma relação boa e muito formal, sem nenhum problema (…) Estou muito tranquila, mas tenho uma biografia”. Bahia.Ba