O Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari informou que fez um acordo com a Ford nesta última quinta-feira (14) e, com isso, desistiu de entrar em greve. De acordo com o jornal Estado de S.Paulo, a negociação foi encerrada na quarta (13) à noite e os trabalhadores aprovaram o acerto em assembleia.

Segundo o sindicato, o acordo irá garantir estabilidade aos trabalhadores por um ano após a empresa ter sinalizado a demissão de 700 pessoas. A Ford informou que vai abrir um programa de demissão voluntária (PDV) para empregados da área produtiva, sem detalhar quando nem sob quais condições. O sindicato acredita que o PDV deve ser aberto já no próximo mês.

Os termos estabelecem que os salários de até R$ 7.515 terão reposição de 100% da inflação, levando em conta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Salários superiores terão reposição de 50% do índice, ou seja, perda real. Os reajustes só entrarão em vigor a partir de julho, data-base da categoria na região.

A reportagem detalha ainda que também ficou acertado, entre outras pontos, que a empresa vai pagar Participação em Lucros e Resultados (PLR) de R$ 19.640, com a primeira parcela em maio, e adicional noturno de 37,14% aos trabalhadores sobre o valor da hora trabalhada de dia, ante o mínimo de 20% previsto em lei. A jornada de trabalho ficou combinada em 40 horas de segunda a sexta-feira.

Júlio Bonfim, presidente do sindicato, falou que a Ford aceitou todos os pontos que foram propostos pelo grupo. A proposta inicial da montadora previa, além das demissões, PLR de R$ 11.100 e jornada de 44 horas de segunda a sábado, entre outros itens. O sindicato, na segunda-feira, 11, chegou a aprovar um indicativo de greve, prometendo paralisar a partir desta quinta-feira caso a empresa não se posicionasse.

A fábrica da Ford em Camaçari tem operado em três turnos, e, considerando todo o complexo produtivo em torno da planta, gera cerca de 10 mil empregos, ainda segundo o sindicato. Apesar da produção a pleno vapor, a empresa pretende reduzir o quadro de funcionários porque considera que conta com excedente de pessoal.