O futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou neste último domingo que nenhum integrante do governo da Nicarágua participará da posse do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) como presidente da República brasileira no próximo dia 1° de janeiro, em resposta aos últimos acontecimentos no país da América Central. A declaração foi feita através de seu Twitter, neste último domingo (23).

 

Por meio do Twitter, Araújo disse que a posse do futuro mandatário “marcará o início de um governo com postura firme e clara na defesa da liberdade”. “Com esse propósito e frente às violações do regime de Daniel Ortega contra a liberdade do povo da Nicarágua, nenhum representante desse regime será recebido no evento do dia 1°”, continua a mensagem.

 

Na última sexta-feira, a polícia da Nicarágua invadiu e tirou do ar o canal de TV 100% Notícias e prendeu seu diretor, Miguel Mora, na mais recente investida do presidente Daniel Ortega contra críticos ao seu governo. O canal era o único do país que transmitia notícias sobre a crise política que assola o país desde abril, quando milhares de pessoas saíram às ruas para exigir a renúncia de Ortega, a quem acusam de comandar uma ditadura familiar.

 

A Nicarágua é o terceiro país vetado na posse. Na semana passada, Bolsonaro afirmou que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e de Cuba, Miguel Díaz-Canel, foram desconvidados do evento por “serem ditadores”. A pedido da equipe de Bolsonaro, o Itamaraty teve que enviar comunicados aos governos dos dois países os desconvidando de participar da cerimônia de posse. Inicialmente, a diplomacia brasileira havia convidado todos os países com os quais o Brasil mantém relações diplomáticas, razão pela qual o convite foi feito.