Amigo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) desde os tempos em que frequentavam a escola militar, o general e futuro ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz acredita que não há nenhuma possibilidade de o Brasil enfrentar uma ruptura institucional. A questão costuma ser levantada porque, em declarações passadas, Bolsonaro já exaltou o golpe militar de 1964. O ministro deu sua primeira entrevista mais longa nesta semana.

 

“Não vejo risco nenhum. Hoje? Hoje tem a lei. Com qualquer crítica às decisões, às vezes, de magistrados, do Ministério Público, ou de políticos, ou de governadores, da área do Executivo, a sociedade está andando. Está andando e as instituições estão funcionando”, afirmou o general nomeado para assumir a Secretaria de Governo, em entrevista ao Poder 360.

 

De acordo com Carlos Alberto, a população brasileira clama por “um país mais justo”. Ele aponta, inclusive, que afirmar que o Brasil corre o risco de perder as liberdades individuais é uma “besteira imensa”. “Hoje ninguém está com vontade de ficar discutindo ideologia, a não ser, talvez, nos barzinhos e na aula de ciência política. Porque a população quer um país mais justo e mais prático”, defendeu o futuro ministro segundo informações do 360.

 

Dada a sua relação próxima com Bolsonaro, Cruz conta que aconselhou o futuro presidente a não participar do Fórum Econômico Mundial em Davos, que será realizado de 21 a 25 de janeiro em Davos, na Suíça. Se viajar, o presidente só poderá fazer sua cirurgia para retirada da bolsa de colostomia a partir de 28 de janeiro (saiba mais aqui).

 

“Falei para ele: Bolsonaro, nós somos companheiros de equipe esportiva [ambos participaram de competições de pentatlo militar no passado]. Então eu vou falar como amigo de equipe esportiva: ‘Diminui a sua agenda. Descansa 1 pouco. Você tem que se recuperar. Que agora você tem uma obrigação com o Brasil inteiro’”, relatou Cruz, acrescentando que “o pessoal da área econômica” poderia representá-lo. Segundo o futuro ministro, seu conselho está em fase “consideração” para o presidente eleito.