Foto : Rosinei Coutinho/SCO/STF

Futuro presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Edson Fachin disse em entrevista à Folha de S. Paulo que deseja ter um “diálogo respeitoso” e “dentro da normalidade” institucional com o presidente Jair Bolsonaro. “A minha conduta sempre será colaborativa e dialógica”, afirmou, citando como exemplo a ida ao Palácio do Planalto para entregar em mãos o convite para sua posse, que acontece na próxima terça-feira (22). “Eu tenho uma mão estendida e espero reciprocidade”, emendou.

O chefe do Executivo é um crítico recorrente do TSE e do processo eleitoral brasileiro. Fachin disse que não exitará em tomar providências caso entenda que a Justiça Eleitoral esteja sendo atacada porque isso significaria um “ataque à democracia”. “Não vamos tolerar os intolerantes”, afirmou.

O novo presidente do TSE comentou a reprimenda de Bolsonaro às suas declarações ao jornal O Globo sobre os riscos de ataques cibernéticos à Justiça Eleitoral do Brasil oriundos da Rússia. O presidente da República, que estava em viagem oficial à Rússia, alegou que Fachin proferiu uma fake news que causou constrangimento a ele. O ministro rebateu afirmando que entende a fala de Bolsonaro como uma narrativa política e diz que se referiu à Rússia porque trata-se de um exemplo real. “Eu poderia ter mencionado a Macedônia do Norte”. Fachin vai substituir Luis Roberto Barroso no comando do TSE até setembro deste ano, quando então o vice-presidente Alexandre de Moraes assumirá essa função.