Foto: Joilson César/BNews

O ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) parece ter perdido a paciência com a recusa de parte da esquerda em apoiar o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) como pré-candidato a prefeito de Salvador. “Apoiar constrange, receber apoio alegra”, diz o trecho de uma longa mensagem que o cacique emedebista fez em seu perfil no Instagram, fazendo memória ao tapete vermelho que os “canhotos” estenderam para a chegada do MDB e de Geraldinho como vice de Jerônimo em 2022.

“Agora quando Geraldo se viabiliza candidato a Prefeito de Salvador, os mesmos que o ovacionaram na campanha de Jerônimo, ficam com essa conversa de que ele não representa esquerda e tititititi”. Geddel tomou como partida uma matéria da Veja que nacionaliza o dilema de Geraldo na disputa soteropolitana. “O silencioso constrangimento da esquerda na eleição em Salvador”, diz o título da matéria.

“Engraçado essas repetidas notícias de constrangimento da esquerda baiana em apoiar a candidatura de Geraldo Jr à Prefeitura”, comenta Geddel, ao chamar de “bobajada” a tese alimentada pelos petistas que nutrem ojeriza ao vice-governador. “Geraldo é a chance que tem nosso grupo de uma disputa real em Salvador. Insistir nessa bobajada é ajudar a verdadeira direita capitaneada por ACM Neto e também sinalizar para o futuro que só sabem receber apoio, apoiar nunca, o que fragiliza inclusive o projeto principal da reeleição de Jerônimo”, argumenta Geddel.

No desabafo público, o emedebista expõe bastidores de encontros que teve com lideranças de esquerda dois anos atrás em sua própria casa. “Em 2022, quando viviam um momento político delicado, líderes da esquerda estiveram incontáveis vezes na minha casa, e já depois de todo drama público que enfrentei, buscando nosso apoio e do MDB. Reconstruímos nosso entendimento e indicamos Geraldo Jr. como candidato a vice de Jerônimo, candidatura àquele momento tida como antecipadamente derrotada, em manobra considerada por todos como insana”.

“E deixar de apoiar uma candidatura com 60% de apoio para outra que calçava patins, pode ser tudo, menos oportunismo. Geraldo levou para os palanques disposição, alegria, força partidária, tempo de TV e a esperança com a nossa manobra de que poderia existir disputa real, devolvendo ânimo a uma militância desanimada”, completou. Política Livre