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O vice-governador da Bahia, Geraldo Jr. (MDB), constrangeu a organização do Salão Imobiliário, que será promovido pela Ademi-BA dos dias 5 a 8 de outubro próximos, com a exigência de fazer um pronunciamento durante a abertura do evento, logo depois do governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Pela praxe, apenas os chefes dos Executivos e dos Legislativos estadual e municipal, quando convidados, falam na festa, motivo porque a organização da feira estranhou a imposição. Para não provocar um desconforto com o governo, no entanto, a entidade engoliu a irritação e acabou cedendo à exigência.

A própria assessoria de Geraldo Jr., conhecido, entre outras características, por não segurar a língua, comemorou a ‘conquista’, alegando que ele teria enquadrado o comando da Ademi, órgão que congrega os dirigentes de empresas do mercado imobiliário na Bahia.

Na prática, o vice-governador, que deve ser lançado candidato à Prefeitura de Salvador pelo grupo governista, não quer deixar o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), que concorrerá à reeleição, brilhar sozinho na festa em meio a um grupo econômico poderoso do Estado.

Para evitar um desconforto com a Prefeitura, a organização do Salão teria entrado em contato com representantes do poder municipal e negociado a participação, também com direito a fala, da vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos (PDT).

Não é a primeira vez que Geraldo Jr. força a barra para discursar em eventos nos quais o direito a voz é apenas do titular do governo, que tem perfil discreto e cuja equipe muitas vezes se irrita com o estilo “espetaculoso” do vice.

Assessores do governo temem, inclusive, que, com a iminência do lançamento da candidatura de Geraldo Jr. à Prefeitura de Salvador, ele tenha adquirido um novo argumento para justificar pedidos de espaço e privilégios em eventos.

Quando ele era presidente da Câmara de Salvador, o cerimonial da Prefeitura, primeiro na gestão de ACM Neto (União Brasil) e depois na de Bruno, muitas vezes se viu forçado a atender as exigência de Geraldo Jr. para ser acomodado em locais de destaque em solenidades e discursar.

Organizadores de outros eventos no governo e mesmo de deputados reclamam também de abusos da assessoria do vice quando ele decide ir a determinadas cerimônias. Relatam repetidos pedidos de informação sobre se o local é aberto ou fechado, previsão de tempo, além de trajes que ele deve usar. Política Livre