O candidato do governo do Estado à Prefeitura de Salvador, Geraldo Jr. (MDB), usou ontem (9) uma expressão típica do bolsonarismo ao participar de um podcast e referir-se, de forma ameaçadora, ao prefeito Bruno Reis (União Brasil), favorito na disputa em Salvador, e ao seu antecessor, ACM Neto (União Brasil).
“Jogo nas quatro linhas, como estou jogando nas quatro linhas, mas sei jogar fora das quatro linhas”, disse Geraldo Jr., advertindo que, no entanto, não se tratava de uma ameaça, mas de um aviso aos dois adversários. As declarações provocaram mais uma vez perplexidade em seus aliados, sempre às voltas com seu descontrole verbal.
A expressão jogar “dentro das quatro linhas” surgiu no vocabulário político brasileiro trazida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) numa referência que muitos consideravam equivocada ao papel que as Forças Armadas poderiam desempenhar no país em caso de crise.
Por isso, a declaração de Geraldo Jr. não teria agradado os petistas, especialmente os líderes do partido na Bahia. O candidato ainda cometeu uma outra gafe que quase passa despercebida.
Ao defender que os adversários tratassem de política e não o atacassem “de ordem pessoal” (sic), sugeriu que discutissem segurança pública e regulação (na Saúde), temas de responsabilidade do Estado e que que as pesquisas indicam como os mais problemáticos do governo.
“Discutam política – segurança pública, regulação, vou discutir a péssima atenção básica, que não há creches. Vou discutir a política porque a sociedade civil, os jornalistas não merecem isso”, afirmou Geraldo Jr. ao projeto Prisma, do Bahia Notícias.
“Eu quero discutir a cidade, a política. Eles vêm me atacando de ordem pessoal (sic), personalíssima. Eu já falei. Ontem joguei num campo de grama sintética. Mas ó prefeito, eu conheço vocês dois e vocês me conhecem. Não é ameaça, é aviso. Jogo no campo de grama sintética e sei jogar no campo de várzea”, disse. Política Livre