Aos 30 anos e com passagem por grandes clubes do Brasil e do exterior, Gilberto chega ao Bahia como reforço de peso. Mas a importância do jogador não se dá apenas pelo currículo, mas também pela necessidade de um time na luta contra o rebaixamento na Série A e com problemas na lateral direita desde o início do ano. Nesta terça-feira, ele foi oficialmente apresentado como jogador do clube.
– O Bahia não perde de nada para os outros clubes grandes do Brasil. É um clube com estrutura, um clube campeão Brasileiro, uma das torcidas mais apaixonadas do Brasil. Quando as propostas chegaram, o Bahia sempre esteve junto ali.
É óbvio que o momento é difícil, eu sabia. Mas eu estava pensando também no projeto. Os jogadores têm qualidade para se manter na Série A. O projeto daqui pra frente é só evolução.
— Gilberto, novo lateral do Bahia
Gilberto deixou o Benfica, de Portugal, para assinar contrato com o Bahia até o fim de 2026. O lateral revelou que a torcida tricolor e o técnico Renato Paiva tiveram peso na decisão para jogar pelo clube. O lateral procurou referências do treinador, que trabalhou até 2021 no Benfica
– Quando surgiu a proposta do Bahia e de outros clubes, a gente tem que sentar com a família, avaliar bastante. Vinha de um momento bom lá [na Europa]. Graças a Deus tive muitas propostas. A primeira coisa foi o interesse do Bahia, a forma que eles abordaram, toda negociação, o clube e, principalmente, o treinador. Parece que ele buscou todas as minhas informações lá no Benfica. Ele trabalhou bastante tempo por lá, e alguns jogadores que trabalharam com ele mesmo nas férias me mandaram mensagem para me dizer como é a relação dele com os atletas, o estilo dele de trabalho. E eu me identifiquei muito porque é uma forma que trabalhei bastante durante esses três anos lá. E eu gostei muito porque evolui muito taticamente, principalmente, defensivamente. Era um déficit que eu tinha jogando no Brasil. Evolui bastante com os treinadores com quem trabalhei lá e as ideias do Renato são muito parecidas. Isso foi um ponto positivo.
– E a torcida do Bahia que é diferente. Os torcedores do nordeste, como disse, são torcedores muito calorosos. Jogar aqui na Fonte Nova sempre foi um desafio para a gente. Quando era adversário, a gente sabia que jogar lá seria muito difícil. Quando cheguei aqui foi a primeira coisa que eu falei, isso aqui é um caldeirão. A torcida, mesmo no momento em que a gente está, nunca abandonou a gente. Tenho visto sempre o estádio cheio. Então, a gente tem que trazer isso para o nosso lado, sempre. Esses foram os pontos: a torcida e as ideias do treinador – continua o lateral.
No Bahia, Gilberto volta a trabalhar com um técnico português, já que também com Jorge Jesus, no Benfica entre 2021 e 2022.
– Sobre o técnico, sinceramente não me interessa a nacionalidade. Me interessa a forma que ele trabalha. E a forma que o [Jorge] Jesus trabalhou comigo me ajudou a evoluir muito. Tanto que ele fez um ótimo trabalho aqui no Brasil. Sou muito grato a ele. E as ideias do Paiva também são muito boas.
Quando estreia
O novo lateral foi anunciado como jogador do Bahia há nove dias e já treina com o elenco tricolor. Ele está regularizado e à disposição do técnico Renato Paiva para fazer o seu primeiro jogo já neste sábado, contra o Corinthians, pela Série A. Segundo Gilberto, só depende da comissão técnica tricolor e decisão pela estreia.
– Quando as conversas começaram a esquentar começava a me preparava de maneira mais forte. Obvio que preparando com o grupo é diferente, tive menos tempo para isso. Se a comissão entender que é no próximo jogo, eu vou estar pronto e quero ajudar.
Histórico
No Benfica desde o segundo semestre de 2020, Gilberto teve média superior a 35 jogos por temporada. No total, ele fez 106 partidas, com oito gols e sete assistências e, no ano passado, conquistou o Campeonato Português.
De volta ao Brasil, Gilberto vai ter como concorrentes de posição no Bahia Cicinho, André e Vítor Jacaré, que é atacante de origem, mas vinha sendo improvisado como ala. O último está em reta final de recuperação de lesão.
Gilberto debutou como profissional com a camisa do Botafogo, em 2011. Desde então, ele passou por Internacional, Fiorentina-ITA, Hellas Verona-ITA, Latina-ITA, Vasco e Fluminense. O lateral teve passagem por Seleções de base e venceu o Torneio Internacional de Toulon, em 2014. Globoesporte