A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta segunda (10), em São Paulo que o partido “teme muito pela segurança” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sob o governo de Jair Bolsonaro (PSL) na Presidência, que terá o ex-juiz Sergio Moro no Ministério da Justiça segundo informações do Uol. A petista se referiu ao fato de Lula estar sob a custódia do Estado, na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.

 

Ele cumpre, desde 7 de abril deste ano, condenação de 12 anos e um mês imposta no âmbito da operação Lava Jato no processo do tríplex do Guarujá (SP). “Tememos muito pela segurança do presidente Lula. Primeiro, pelas declarações do presidente eleito, dizendo que Lula tem que apodrecer na cadeia, ou que os petistas têm que ser exterminados”.

 

A afirmação é da senadora, referindo-se a declarações de Bolsonaro durante a companha presidencial contra Fernando Haddad (PT). “Ele [Bolsonaro] vai ser presidente, portanto, o responsável pelo sistema carcerário nacional. Com essa posição, o que nós podemos esperar?”, indagou a petista. Sobre a preocupação com o ex-presidente Lula em relação a Sérgio Moro, a quem chamou de “algoz de Lula”, Gleisi Hoffmann acrescentou.

 

“Ele condenou Lula sem base legal, sem prova. Vai assumir o Ministério da Justiça, que é responsável pelo sistema de carceragem da Polícia Federal, e sempre se posicionou contrário a Lula, inclusive politicamente. Então, temo, sim, pela segurança do presidente Lula. Seria muito importante que ele pudesse estar fora do sistema carcerário, o que aliás, lhe é de direito e de justiça”, complementou.

 

Gleisi falou com o UOL durante a Conferência Internacional em Defesa da Democracia, evento promovido pela Fundação Perseu Abramo em um hotel da região central de São Paulo com lideranças de esquerda no Brasil e em outros países, como Argentina, Grécia e Portugal. Haddad era esperado para a primeira mesa, mas adiou alegando compromisso na faculdade Insper, onde leciona.

 

Ele é esperado para a tarde, na mesa que tem, entre os convidados, o ex-ministro de governos petistas Celso Amorim. Gleisi participou da abertura da conferência, ocasião em que declarou a militantes e simpatizantes do partido que o PT espera “que até o Natal” Lula possa ser solto. Ela ainda pediu à plateia que escrevesse mensagens em cartões postais com o rosto do ex-presidente, a fim de que pudessem ser entregues a ele na carceragem da PF.

 

Indagada pela reportagem sobre o porquê de aguardar uma eventual soltura até o Natal, a senadora argumentou que esse é o prazo estimado pelo partido para que um habeas corpus apresentado pela defesa de Lula no STF (Supremo Tribunal Federal) seja julgado. “Estamos esperançosos que o Supremo julgue isso até o Natal. Se não julgar, faremos uma grande ceia comunitária em frente à PF, com a nossa militância lá, para que Lula não se sinta solitário”, declarou.