O vice-presidente Hamilton Mourão defendeu nesta quarta-feira (13), durante palestra em Brasília, que o governo faça uma “campanha de convencimento” para explicar para a população a importância da reforma da Previdência.
“Essa campanha de convencimento da população, em uma linguagem que o homem comum entenda perfeitamente, também é outro trabalho que o governo terá que deslanchar nos próximos dias”, disse Mourão.
“É de suma importância o trabalho de convencimento à população de uma maneira geral, desmistificando o que vem a ser o sistema previdenciário e a reforma dele”, completou o vice-presidente.
Ainda segundo Mourão, o convencimento deve ser feito numa linguagem que o “homem comum entenda perfeitamente”.
O governo aguarda a saída do presidente Jair Bolsonaro do hospital, onde se recupera de uma cirurgia no intestino, para fechar o texto da proposta que será enviado ao Congresso Nacional.
Considerada fundamental para equilibrar as contas públicas, a reforma é um dos principais projetos do novo governo.
Entre as mudanças previstas está a criação de um sistema de capitalização, espécie de poupança que o próprio trabalhador faz para pagar a aposentadoria no futuro.O regime atual é o de repartição, pelo qual o trabalhador ativo paga os benefícios de quem está aposentado.
Para Mourão, o governo terá de fazer a população entender que o atual sistema previdenciário se trata “de uma pirâmide financeira”, na qual os mais velhos receberão as aposentadorias, enquanto os mais jovens trabalharão “até morrer”.
O vice-presidente também destacou a importância de incluir todos os segmentos da sociedade na reforma.
“Ninguém poderá ficar de fora desse processo, de modo que consigamos recuperar a nossa capacidade de investimento”, afirmou.
No caso das Forças Armadas, o governo prepara um projeto de lei, a ser enviado ao Congresso, para ampliar de 30 para 35 anos o período mínimo de serviço para que um militar possa passar à reserva.
Segurança pública
Mourão também apontou que uma das principais tarefas do governo Bolsonaro é enfrentar a crise da segurança pública no país.
Segundo o vice, o Brasil está “no limiar” de ser “capturado” por “narcoquadrilhas”. Ele afirmou que o enfrentamento do problema é a “grande tarefa” do ministro da Justiça, Sérgio Moro.
“Estamos no limiar de virar um país capturado por narcoquadrilhas, que nos tira aquele direito mais comezinho, que é o direito de ir e vir […] Temos que enfrentar isso. E como isso será enfrentado? É a grande tarefa do ministro Moro”, disse.
Mourão destacou o pacote anticrime e antiviolência elaborado por Moro, e que será enviado ao Congresso. Para o vice, também é preciso implementar mudanças no sistema prisional e reaparelhar e recapacitar as forças policiais.
Mourão ainda apontou a necessidade de dedicar atenção à população que vive nas periferias, com direito à propriedade, água, luz, educação e saúde.
“Nossas periferias, onde as populações estão esquecidas pelo Estado, onde o Estado não entra, essa população tem que passar a entender que ela está dentro do Estado, que ela não é excluída. Temos que trazê-los para o capitalismo”, disse. G1 Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil