O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira (25) que o governo não considera subir impostos neste momento. A declaração foi feita durante entrevista à TV Bloomberg em Davos, na Suíça, onde Meirelles participa do Fórum Econômico Mundial. O governo precisa cumprir em 2018 a meta de um deficit de até R$ 159 bilhões.

 

No final do ano passado, Meirelles chegou a dizer que o governo “sempre se pode aumentar impostos de outra área”, quando comentava sobre a frustração de receita provocada pela não aprovação da tributação de fundos exclusivos no Congresso. “Não consideramos subir tributos agora”, disse Meirelles à Bloomberg segundo informações da Folha.

 

Ele previu que a arrecadação de impostos pelo governo pode “surpreender” em 2018, caso o crescimento econômico do Brasil seja mais acelerado. “O crescimento do PIB sendo maior que o esperado e considerando a correlação com arredação de impostos, que cresce mais que o PIB normalmente, significa que a arrecadação também vai surpreender”. afirmou, ressaltando, porém, que o governo conta com a aprovação das reformas para controlar despesas.

 

O ministro disse que há uma maior compreensão no Congresso Nacional sobre os impactos da proposta de reforma da Previdência que o governo pretende aprovar em primeiro turno na Câmara dos Deputados no dia 19 de fevereiro. “Nossas chances são muito melhores agora”, destacou.

 

DÓLAR

Meirelles falou ainda que declarações sobre o comportamento do dólar influenciam a moeda por um período curto de tempo e minimizou o impacto de um real mais forte para as exportações e, por consequência, para o crescimento da economia brasileira. A cotação atual “não é problemática”, disse Meirelles, acrescentando que o Brasil não fixa “níveis para considerar como problemáticos” para a taxa de câmbio.

 

Meirelles foi indagado sobre a avaliação feita pelo secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steve Mnuchin, que destacou na véspera os benefícios de um dólar fraco. Declarações como essa, afirmou o ministro, “influenciam a moeda, mas por um período curto”. “Eu não acho que apenas declarações deixarão a moeda em algum patamar. Isso tende a normalizar”, afirmou.

 

“O que vai influenciar o dólar no fim do dia são os fundamentos.” O fortalecimento do real “é um elemento importante, mas não o único” ao se avaliar as perspectivas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com Meirelles. “O bom é que o consumo está crescendo e a economia brasileira é dirigida principalmente pelo mercado doméstico”, afirmou.