A existência de documentos que comprovam a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, na sede da Odebrecht, no Rio, nos mesmos dias que o sistema de contabilidade de pagamentos ilícitos da empreiteira registra um repasse destinado ao seu pai, o vereador e ex-prefeito do Rio, César Maia, está sendo tratado com cautela pelo governo.

 

“A pré-candidatura do Rodrigo Maia é algo que merece nosso respeito, mas só queremos tratar disso após a aprovação da reforma da previdência”, afirmou o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun. Delatores da Odebrecht informaram à força-tarefa da Operação Lava Jato que Maia esteve na empreiteira para negociar caixa dois para a campanha do pai.

 

Documentos reúnem os registros de entrada das quatro vezes em que o parlamentar esteve na sede da construtora quatro vezes: foram uma a cada ano, entre 2010 e 2013. As visitas aconteceram para encontrar o então diretor-presidente da empresa, Benedicto Junior, que revelou em sua delação premiada que operou pagamentos ilícitos para Maia com os codinomes Botafogo e Déspota (este para César Maia).

 

Para o líder do DEM na Câmara, deputado Efraim Filho (PB), os indícios anexados à investigação são “bastante frágeis”. O correligionário destacou ainda que o inquérito que investiga os repasses feitos por caixa dois deverá ser arquivado segundo informações do jornal O Globo.