Segundo a prefeitura de Salvador, o fluxo de pacientes nos gripários de Salvador teve aumento de pouco mais de 60% nas duas primeiras semanas de dezembro, em comparação com o mesmo período do mês anterior. A capital baiana enfrenta um surto de gripe e só este ano foram registrados, ao menos, 170 casos de Influenza no município, entre vários subtipos. Durante todo o mês de novembro, as unidades registraram uma média de 116 atendimentos diários. Em dezembro, o número saltou para 191.

Os gripários dos Barris e do Pau Miúdo têm capacidade para atender cerca de 300 pessoas por dia e ficam abertos 24 horas. Na manhã desta segunda-feira (20), havia movimento intenso no Gripário dos Barris, no Centro da cidade. Um paciente que não quis se identificar informou que buscou a unidade há dois meses e foi prontamente atendido. Desta vez, foi diferente. Além de ter precisado esperar um longo tempo, ele reclamou que não houve teste de Covid-19 e que também não foi medicado.

O médico Elmar Dourado, coordenador do gripário do Pau Miúdo, informou como é feito o atendimento nos locais. “O paciente chega com sintomas de gripe, coriza, tosse, as vezes falta de ar. É coletado o exame RTPCR, que faz a busca do vírus, tanto para a Covid-19, quando para a Influenza A e B. Esse exame é enviado para o Laboratório Central. Demora três a quatro dias para sair, mas todos são pacientes sintomáticos respiratórios. São estabilizados na unidade e transferidos para uma unidade de referência”, explicou.

Um paciente que aguardava atendimento no gripário do bairro do Pau Miúdo na noite de domingo (19), disse que procurou a unidade com problema de falta de ar e não pôde beber água para se manter hidratado, medida necessária para pessoas com sintomas gripais. “Os funcionários disseram que não tinha água nem para eles, nem para distribuir para os pacientes. Comecei a implorar, eles saíram e pediram a minha esposa para comprar água para mim e levar lá para dentro. Aí sim que eu consegui beber”, disse o estudante Isaac Reis.

Ele contou que está há quatro dias com os sintomas de gripe e foi rapidamente atendido. No entanto, reclamou do problema. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) foi questionada sobre a queixa, mas não emitiu resposta até a publicação desta matéria. Atualmente, Salvador tem dois gripários em funcionamento, no Pau Miúdo e nos Barris. As unidades específicas registraram baixo movimento de pacientes no fim de semana. Apesar disso, quem buscou atendimento afirmou que precisou aguardar muito tempo.

O almoxarife Lucas do Carmo acompanhava uma pessoa no gripário do Pau Miúdo, no domingo, e precisou aguardar mais de 10 horas, até que os dois fossem liberados. “Chegamos aqui às 3 horas da tarde. Só veio ter atendimento às 18h, quando chamaram ela para entrar na sala do médico. Logo depois, teve que fazer o teste da Covid-19. Acabou de fazer o teste, mais três horas de espera. Só tinha um médico atendendo”, disse. g1