Com uma abordagem mais flexível a prováveis mudanças no texto da reforma da Previdência, o ministro Paulo Guedes disse que o governo está preparado para a retirada das alterações no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria rural. A declaração foi feita nessa quarta-feira (3) durante sua audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.

“Nós estamos preparados para essa sensibilidade social do BPC e da aposentadoria rural. Se isso for realmente uma vontade do Congresso, ela [a retirada] deve ser feita. Tínhamos que apontar esses problemas, mas estamos preparados para o resultado. E não achamos que devemos transformar isso em uma batalha campal”, declarou.

Com valor equivalente a um salário mínimo, o BPC é pago a idosos de baixa renda a partir dos 65 anos. Sendo assim, a proposta do atual governo prevê a redução do valor para R$ 400, com pagamento a partir dos 60 anos. Somente idosos com idades a partir dos 70 receberiam o salário mínimo integral. Para o ministro da economia, esse atraso no direito ao salário estimularia a contribuição para a Previdência.

Quanto à aposentadoria rural, o governo quer elevar de 15 para 20 anos o tempo de contribuição e instituir a idade mínima de 60 anos para homens e mulheres. Segundo Guedes, a inclusão da categoria na reforma visa coibir fraudes, já que ele argumenta que os trabalhadores rurais representam 16% da população do país, mas respondem por 30% dos beneficiários do INSS e 60% do déficit da Previdência Social. Foto: José Cruz / Agência Brasil