EC Bahia

O Bahia não conseguiu mostrar força diante do Fortaleza e saiu do Castelão com derrota por 3×1, neste sábado (19), pela 6ª rodada da Copa do Nordeste. O Leão do Pici, que já tinha sido carrasco no rebaixamento em 2021, voltou a mostrar superioridade e complicar a vida do Esquadrão.

O placar foi aberto aos três minutos de jogo, com Romero, e Moisés ampliou, ainda no primeiro tempo. No início da etapa final, Rodallega fez gol relâmpago, mas a reação parou por aí. Já nos minutos finais, Depietri assinalou o 3×1.

Após a partida, o técnico Guto Ferreira reconheceu que o Fortaleza está em um momento melhor que o Bahia. “Pegamos uma equipe que está se preparando para jogar a Libertadores e que foi montada para isso, com jogadores de extrema força. Eles perderam David, que era o principal jogador de força, e trouxeram dois outros, que são muito parecidos, para repor”.

“Nós temos que ser humildes e sinceros, nosso grupo ainda está, no momento, abaixo do deles. É um plantel que vai jogar uma grande competição. Hoje, eles jogaram com todos os titulares”, afirmou Guto.

O treinador, porém, citou estatísticas para valorizar o desempenho do Bahia no duelo. “Fizemos um jogo com mais posse de bola. Chutamos mais a gol que eles: 23×14. Escanteios, 5×5. Impedimentos, nós tivemos um, eles tiveram dois. Lançamentos, nós fizemos 21×18. Desarmes eles foram superiores. E um grande avanço nosso, com 87% de passes certos. A média da equipe, no ano passado, girava entre 82%.

“Isso em um jogo contra uma equipe do nível que está o Fortaleza, extremamente competitiva. Dói falar do rival, mas temos que admitir que eles estão em um bom momento, que estão bem estruturados”, completou.

Guto assumiu que o Esquadrão teve problemas diante do Leão do Pici, mas voltou a falar sobre as virtudes do Bahia no Castelão. “Tivemos problemas, erros, mas também muitos acertos. Mesmo a pressão forte deles na saída de bola não nos fez intimidar. Saímos jogando, construímos início, meio e fim de jogada. Fizemos gol em jogada trabalhada. Cruzamento na medida de Matheus Bahia e mais um gol do Rodallega”.

Por outro lado, o técnico reconheceu: o nível ainda não está bom, e é preciso evoluir. Mas, segundo Guto, esse processo é esperado no momento em que o clube vive, de transformação. O comandante lembrou que a equipe perdeu peças importantes ao fim da temporada 2021, como o artilheiro Gilberto.

“Foram muitos avanços, coisas positivas em um jogo dificílimo. Está bom para o Bahia? Não. Sabemos que o Bahia tem que evoluir muito. Mas estamos em transição, o time perdeu seus principais nomes e vem reconstruindo, vai passar por esse processo. Precisamos ter paciência, encontrar as peças que vão agregar valor ao grupo, para que a gente retome a força”, comentou.

Guto Ferreira voltou a valorizar o Fortaleza, mas também ressaltou que, em breve, o rival terá que se dividir entre competições. A fase de grupos da Libertadores começará a partir do dia 6 de abril, coincidindo com a época da semifinal do regional.

“Acho que, em relação a Copa do Nordeste, temos que evoluir bastante. Jogamos contra um adversário que, na minha concepção, está na nossa frente. Mas esse adversário, lá na frente, vai jogar outras competições. E aí vamos ver como ele vai chegar no final. Se vai estar desgastado ou motivado, se vai rodar jogadores. Precisamos buscar nos classificar e, depois, rivalizar contra esses times”.

Questionado se a equipe tem urgência em contratar um novo camisa 10, Guto reconheceu: o Bahia precisa de mais jogadores. Vale lembrar que o clube segue sem diretor de futebol.

“Precisamos de várias peças. Não podemos só bater nessa tecla. Dentro do que a gente vem trabalhando, a equipe vem conseguindo construir bastante coisa. Daniel tem tirado passes importantes. Mas, no todo, precisamos ter jogadores que consigam o passe mais cerebral, para agregar valores ao grupo. Mas nós temos bons jogadores, que vão ser de suma importância para a nossa campanha”.

O treinador ainda falou sobre as mudanças na equipe em relação ao duelo da última quarta-feira (16), no empate em 1×1 com o CSA. Segundo ele, as entradas de Rezende, Mugni e Ronaldo nos lugares de Willian Maranhão, Daniel e Raí aconteceram por mudanças físicas. Além disso, Luiz Otávio, suspenso, deu lugar a Henrique.

“Não podia repetir o time de quarta, com o risco de lesionar os jogadores e até ter um ritmo menor da equipe. Vários jogadores estavam bastante desgastados. Willian Maranhão ainda está em uma fase de crescimento. Se a gente colocar, em todos os jogos, todos os caras, eles vão deixar de treinar, e não vão evoluir. Não é só jogo e descanso. Jogo condiciona, mas não faz evoluir no desempenho”.

Com o revés, o Bahia fica na 4ª colocação do Grupo B, com sete pontos. Mas pode perder a posição com o complemento da rodada. O time volta a jogar pelo Nordestão nesta quinta-feira (24), quando faz o jogo atrasado contra o Sampaio Corrêa, válido pela primeira rodada do regional. A partida está marcada para às 21h30, na Arena Fonte Nova. Correio da Bahia